Das margens para um lugar de maior destaque: ambiguidades na estratégia política da união europeia para a educação de adultos

Autores/as

  • Paula GUIMARÃES

Palabras clave:

educação de adultos, União Europeia, aprendiza- gem ao longo da vida

Resumen

A intervenção das organizações internacionais na educação, como a UNESCO e a OCDE, aconteceu sobretudo depois da II Guerra Mun- dial. No caso da União Europeia, essa intervenção fez-se inicialmente através da promoção da formação profissional, sendo de registar orientações para a aprendizagem ao longo da vida, que incluem outras propostas para além do desenvolvimento da formação profissional, a partir de meados dos anos de 1990. Neste contexto, a formação, a educação e a aprendizagem ganharam um maior destaque nas duas últimas décadas.

Ora, a União Europeia tem privilegiado duas finalidades: a constru- ção de um espaço europeu de educação que contribua, entre outros, para a união política dos estados-membros que integram esta organização; e o de- senvolvimento de programas que favoreçam a empregabilidade dos cidadãos europeus, bem como a inserção e a manutenção dos mesmos no mercado de trabalho, através sobretudo da formação profissional. Contando com um nú- mero já significativo de documentos políticos, de orientações e de programas de apoio financeiro, denotam-se contudo ambiguidades na intervenção desta organização internacional, de entre as quais um esforço de europeização das políticas públicas nacionais influenciadas por preocupações com o desenvol- vimento da economia, a adaptabilidade e a flexibilidade dos adultos no mer- cado de trabalho. Adicionalmente, num quadro de forte retração do estado na organização e desenvolvimento de provisão pública de educação de adultos, os programas de apoio financeiro da União Europeia levaram a que as políti- cas e as práticas de educação de adultos de carácter crítico perdessem relevân- cia num momento em que estas são particularmente necessárias.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Alheit, P. & Dausien, B. (2002). The “double face” of lifelong learning: two analytical perspectives on a “silent revolution”. Studies in the Education of Adults, vol. 34, nº. 1, 3-22.

Alves, M. G. (2010). Aprendizagem ao Longo da Vida e Políticas Educativas Euro- peias. Tensões e Ambiguidades nos Discursos e nas Práticas de Estados, Ins- tituições e Indivíduos. Óbidos: Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Ciências e Tecnologia/UIED.

Antunes, F. (2008). A Nova Ordem Educacional. Espaço Europeu de Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida. Coimbra: Almedina.

Comissão das Comunidades Europeias (2000). Memorando sobre Aprendizagem ao Longo da Vida. Bruxelas: Comissão das Comunidades Europeias.

Comissão das Comunidades Europeias (2006). Educação e Formação de Adultos: Nunca é Tarde para Aprender. Comunicação da Comis- são ao Conselho, de 23 de Outubro de 2006, relativa à educação de adultos (COM/2006/614) (http://europa.eu/legislation_summaries/ education_training_youth/lifelong_learning)

Comissão das Comunidades Europeias (2007). Plano de Acção para a Educa- ção e Formação de Adultos: Nunca é Tarde para Aprender. Comunicação da Comissão, de 27 de Setembro de 2007 (COM/2007/558) (http://europa.eu/ legislation_summaries/education_training_youth/lifelong_learning).

Comissão Europeia (2002). Educação e Formação na Europa: Sistemas Diferentes, Objectivos Comuns para 2010. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ofi- ciais das Comunidades Europeias.

Comissão Europeia (2010). Estratégia Europa 2020. Estratégia para um cresci- mento Inteligente, Sustentável e Inclusivo (COM/2010/2020 final). Bruxe- las: Comissão Europeia

Comissão Europeia (2012). Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões Re- pensar a educação - Investir nas competências para melhores resultados socioe- conómicos (COM/2012/0669 final). Bruxelas: Comissão Europeia.

Conselho da União Europeia (2005). Conselho Europeu de Bruxelas (22 e 23 de Março). Conclusões da Presidência (7619/1/05 REV 1) (http://europa. eu/european-council).

Conselho Europeu de Lisboa (2000). Estratégia de Lisboa (http://ue.eu.int, consultado a 6/06/2009).

European Commission (1994). White Paper on Growth, Competitiveness and Em- ployment. Brussels: Official Publication Department on the European Communities.

European Commission (1995). Teaching and Learning. Towards the Learning Society.

Brussels: Official Publication Department of the European Communities.

European Commission (2004). “Education & Training 2010” The Success of the Lisbon Strategy Hinges on Urgent Reforms (14358/03 EDUC 168 – COM(2003) 685 final). Brussels: Official Publication of the Council of the European Union.

EUROSTAT (2014). Estatísticas da Educação a Nível Regiona. (http:// http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/ Education_statistics_at_regional_level/pt)

Field, J. (2006). Lifelong Learning and the Educational Order. Stoke on Trent: Trentham Books.

Finger, M.; Jansen, T. & Wildemeersch, D. (1998). Reconciling the irreconcila- ble? Adult and continuing education between personal development, corporate concerns and public responsibility. In Danny Wildemeersch, Mathias Finger e Theo Jansen, Edts., Adult Education and Social Responsi- bility. Reconciling the Irreconcilable? (1-26). Frankfurt am Main: Peter Lang.

Griffin, C. (1999a). Lifelong learning and social democracy. International Jour- nal of Lifelong Education, vol. 18, n.º 5, 329-324.

Griffin, C. (1999b). Lifelong learning and welfare reform. International Journal of Lifelong Education, vol. 18, n.º 6, 431-452.

Guimarães, P. (2011). Políticas de Educação de Adultos em Portugal (1999-2006).

A Emergência da Educação e Formação para a Competitividade. Braga: Uni-

versidade do Minho /Cied.

Kallen, D. (2002). Lifelong learning revisited. In David Instance, Hans G. Schuetze e Tom Schuller, Edts., International Perspectives on Lifelong lear- ning. From Recurrent Education to the Knowledge Society (32-38). Buckin- gham: SRHE-Open University Press.

Lima, L. C. (2008). A Educação de Adultos em Portugal (1974-2004). In Rui Ca- nário e Belmiro Cabrito, Orgs., Educação e Formação de Adultos. Mutações e Convergências (31-60). Lisboa: Educa.

Milana, M. & Holford, J. (Edts.) (2014). Adult Education Policy and the European Union. Theoretical and Methodological Perspectives. Rotterdão/Bostan/Tai- pei: Sense Publishers.

Nóvoa, A. (2013). The blindness of Europe: new fabrications in the European educational space. Sysiphus, Journal of Education, vol. 1, issue 1, 104-123.

Nóvoa, A. & Lawn, M (Edts.) (2002). Fabricating Europe. The Formation of an Education Space. Dordrecht: Kluwer Academic Pub.

Nuissl, E. (2006). The development of the European perspectives in adult education. In Rui Vieira de Castro, Amélia Vitória Sancho e Paula Gui- marães, Edts., Adult Education. New Routes in a New Landscape (75-86). Braga: Universidade do Minho/Unidade de Educação de Adultos.

Olssen, M. (2006). Understanding the mechanisms of neoliberal control: life- long learning, flexibility and kowledge capitalism. International Journal of Lifelong Learning, vol. 25, n.º 3, 213-230.

Pöggeler, F. (1990). The State and adult education. General aspects of the re- lationship between State and adult education. In Franz Pöggeler, Edt., The State and Adult Education (15-22). Frankfurt am Main: Peter Lang.

Rasmussen, P. (2014). Adult learning policy in the European Comission. In M. Milana e J. Holford (Edts.), Adult Education Policy and the European Union. Theoretical and Methodological Perspectives (17-34). Rotterdão/Bostan/Taipei: Sense Publishers.

Santos, B. S. (1998). Reinventar a Democracia. Lisboa: Gradiva.

Spolar, V. A. M & Holford, J. (2014). Adult learning: from the margins to the mainstream. In M. Milana e J. Holford (Edts.), Adult Education Policy and the European Union. Theoretical and Methodological Perspectives (35- 52). Rotterdão/Bostan/Taipei: Sense Publishers.

Teodoro, A. (2001). Organizações internacionais e políticas educativas nacio- nais: a emergência de novas formas de regulação transnacional, ou a glo- balização de baixa intensidade. In Stephen R. Stoer, Luiza Cortesão e José Alberto Correia, Orgs., Transnacionalização da Educação. Da Crise da Educação à “Educação da Crise”. Porto: Edições Afrontamento, pp. 126-162.

União Europeia (2010). Tratados Consolidados. Carta dos Direitos Fundamentais. Bruxelas: União Europeia.

Zarifis, G. K. & Gravani, M. N. (Edts.) (2014). Challenging the “European Area of Lifelong Learning”. A Critical Response. Dordrecht/Heidelberg/Nova Ior- que/Londres: Springer.

Descargas

Publicado

2016-01-01

Cómo citar

GUIMARÃES, P. (2016). Das margens para um lugar de maior destaque: ambiguidades na estratégia política da união europeia para a educação de adultos. Cuestiones Pedagógicas. Revista De Ciencias De La Educación, (23), 13–28. Recuperado a partir de https://revistascientificas.us.es/index.php/Cuestiones-Pedagogicas/article/view/9714