Trajetórias da teoria arquitetônica contemporânea na América Latina.

Resumo

A teoria da arquitetura hoje está sendo redefinida com base nos problemas contemporâneos do mundo. A delimitação da autonomia disciplinar, as respostas aos desequilíbrios climáticos, a interação em exercícios sociais comunitários, a participação sem discriminação de gênero, idade ou etnia, a ação de grupos coletivos interdisciplinares e multigeracionais, a imersão em ambientes digitais, estão colocando desafios em torno da formulação atual da teoria da arquitetura. Nos cenários da discussão intelectual latino-americana atual, surgem perguntas: como são consideradas as propostas e os avanços da teoria da arquitetura no continente? É possível estabelecer diretrizes ou tendências teóricas características? Quem são os teóricos, escolas ou grupos identificáveis? Quais são os centros de pensamento onde as teorias são formuladas? A noção de arquitetura, ao longo do século XXI, deslocou-se do âmbito fechado, canônico, da autonomia disciplinar, expandindo seu campo de ação, suas escalas, sobre ambientes, geografias, territórios, paisagens, comunidades. A hermenêutica, como método de interpretação de signos, tem proporcionado alternativas que se adaptam às particularidades, permanências e mudanças da arquitetura e de seu ambiente teórico. A significação da arquitetura local, para comunidades e territórios, pode ser interpretado a partir de uma hermenêutica localizada. Mais do que aplicar a hermenêutica geral na investigação da teoria da arquitetura latino-americana, é possível propor uma maneira localizada e focalizada de aguçar a interpretação do ethos continental, destacando particularidades e sensibilidades de ambientes e comunidades locais.