(Dossiê Colin Rowe) Cervantes, Rowe, Venturi&Scott Brown; manieras...

Resumo

O artigo aborda a figura intelectual do anglo-americano Colin Rowe, de forma fragmentada, enfocando alguns aspectos que marcaram marcos na historiografia e interpretação arquitetônica do século XX. Estabelece—se uma reflexão sobre a presença de Rowe hoje, entre as gerações de estudantes que estudam arquitetura, para então estabelecer algumas questões consideradas relevantes. A inovação nos mecanismos interpretativos deste autor, muito avançados, que permitem avanços muito significativos em tempos posteriores, como os conceitos de transparência literal, transparência fenomenal, são analisadas como influências no curso do tempo e abertura de novas possibilidades. O espaço geográfico e cultural da Itália é outra fonte da obra de Rowe que se reflete numa perspectiva que introduz a imagologia como etapa prévia dos mecanismos com os quais as diferentes culturas são visualizadas, interpretadas e recebidas. Uma centralidade que não deve ser evitada é o conceito de utilizar o maneirismo como metáfora que se transfere para o contemporâneo, para iluminar de forma perspicaz comparações e interpretações arquitetónicas muito inovadoras na época e que iluminam o seu próprio futuro. Uma especulação comparativa entre Rowe e Venturi, com a interpretação de algumas obras deste último, coloca—nos na continuidade e na recuperação actual de que o maneirismo enquanto heterodoxia pode contribuir para a abordagem actual da arquitectura. Por fim, contextualizar Rowe no contexto espanhol foi necessário para enriquecer os azulejos do mosaico das suas geografias viajadas.