(Dossiê Colin Rowe) Influências sem notas de rodapé: Sibyl Moholy-Nagy e Colin Rowe

Resumo

Colin Rowe é considerado um dos pensadores mais relevantes na área da arquitetura desde a década de 1960. O seu complexo enquadramento teórico mostra uma pessoa capaz de conciliar criticamente uma grande variedade de correntes e discursos do seu tempo, daí a riqueza e complexidade dos seus textos. No caso de Collage City, a sua proposta enquadra-se num período crítico em relação às doutrinas urbanas derivadas do pensamento da arquitetura moderna. A publicação deriva do trabalho realizado no Programa de Design Urbano dirigido por Rowe na Universidade Cornell a partir de 1963. A teoria perceptual da Gestalt, a crítica estruturalista de Claude Lévi-Strauss, a utopia política de Judith Shklaar ou o método anti -historicismo de Karl Popper, pode ser rastreado mais ou menos diretamente entre suas fontes.

Recentemente, a publicação da the letters of Colin Rowe: five decades of correspondence (2016), editada por Daniel Naegele, permite-nos mergulhar na história mais privada do professor e compreender o processo de edição do livro. Entre toda esta correspondência infraestrutural, uma menção em particular abre um novo caminho de interpretação da obra. Matrix of Man (1968), livro dedicado à história urbana escrito pela historiadora Sibyl Moholy-Nagy, parece ter sido um dos guias que Rowe consultou durante o processo editorial de Collage City. No entanto, não há menção a esta publicação nos trabalhos de Fred Koetter e Colin Rowe. Este artigo tentará analisar até que ponto o livro de Sibyl Moholy-Nagy pode ter influenciado Colin Rowe, propondo novas interpretações de Collage City.