Vulnerabilidade e resiliência: mulheres em suas diversidades diante dos riscos urbano-ambientais em assentamentos informais na periferia norte de Puebla, México.

Resumo

O habitar em espaços periféricos das cidades latino-americanas é analisado a partir de diferentes perspectivas, devido às suas múltiplas complexidades, como a falta de serviços públicos, equipamentos, segregação e desigualdade. No entanto, uma das características fundamentais da maioria desses espaços é que eles estão constantemente ameaçados por riscos urbanos e ambientais. Neste artigo, estudamos o caso de assentamentos informais na periferia norte do município de Puebla, México. Essas ameaças, que às vezes se transformam em desastres, não afetam uniformemente a população que vive nesses assentamentos, mas sim as mulheres, em toda a sua diversidade, que enfrentam diretamente as consequências. Isso ocorre porque tradicionalmente são responsáveis pelas tarefas de cuidado em seus lares e comunidades e também participam na prevenção e melhoria de seus assentamentos, com o objetivo de preservar a vida cotidiana de suas famílias e vizinhos.

Este artigo apresenta um estudo de caso de Puebla, uma cidade de médio porte, onde os riscos urbanos e ambientais são numerosos na periferia norte e onde uma população se estabeleceu há mais de 30 anos, melhorando seus espaços habitáveis com ou sem ajuda do governo. Isso foi possível graças à organização das mulheres, que desempenham um papel fundamental na resolução e acesso a serviços públicos, como eletricidade, água e pavimentação. Embora isso implique uma carga de trabalho maior para o grupo de mulheres organizadas, também representa espaços de resistência e reivindicação, pois adquiriram habilidades de negociação e conhecimento para identificar atos de violência contra elas.