A desatomização do desenhar: a memória, um caminhar para o mundo real

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12795/astragalo.2022.i30.07

Resumo

O ato de desenhar pode ser uma ferramenta de interpretação e leitura que permite integrar e organizar informações e experiências, configurando mobilização política. Se desenhar pode ser reconhecido como um ato político e ele se fundamenta na observação, abrangendo questões da memória, conhecimento, sentidos e percepções, intenção e ação, diante da ruptura com o lugar e com os corpos, de que forma o desenho seria esvaziado de sua esfera política e de sua dimensão cívica? 

Buscando responder a estas perguntas, a construção deste texto se permitiu um caminhar investigativo, como uma metodologia de desenho às novas demandas trazidas pela instantaneidade da contemporaneidade, capturada pela mercantilização dos espaços, dos planos e dos sonhos e a fragmentação da memória. A questão essencial do desenho é aqui reconhecida como ontológica, e o ato de desenhar corresponde à representação das diferentes formas de ser e habitar a Terra. Assim, o caráter imaterial das memórias e das identidades são fundamentais para o entendimento e reconhecimento da multiplicidade de mundos e significados. 

O processo de desatomização do desenho, em que a memória pode ser reconhecida como um instrumento de resistência e contraposição a relações de poder e dominância, e permite visibilizar sujeitos e coletivos, segundo uma perspectiva contra hegemônica. Nesse sentido, (re) pensar o desenho da cidade exige considerar as particularidades daqueles que dela fazem parte, considerando sua paisagem cultural, que representa aspectos que conformam a sua identidade e memória. Visibilizar o que até então estava invisível é um dos caminhos para o mundo pluriverso.

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Biografia do Autor

Maisa Fonseca de Almeida, Universidade de São Paulo

Arquitecta y Urbanista y Master of Science por la Escuela de Ingeniería de São Carlos de la Universidad de São Paulo, Doctora en Teoría e Historia de la Arquitectura y Urbanismo por el Instituto de Arquitectura y Urbanismo (IAU) de la Universidad de São Paulo (USP), con estancia de doctorado internacional, “Doctorado Sándwich”, en la Universidad Sapienza de Roma. Máster Etudes Urbaines en Régions Méditerranéennes (EURmed). Actualmente, post-doctoral fellow de la IAU-USP y Visiting Scholar del Máster Erasmus Mundus “Técnicas, Patrimonio, Territorios de la Industria” (TPTI). Miembro ICOMOS/Brazil y DOCOMOMO. Investigadora asociada a LEAUC y CIDEHUS. Representante del Instituto de Arquitetos do Brasil en los Consejos Municipales COMDEPHAASC y COMDUSC en São Carlos, y COMPPHARA en Araraquara. Investiga cartografías como metodología e instrumento de investigación, procesos de patrimonialización, tecnologías digitales y patrimonio cultural a finales del siglo XIX y XX en el estado de São Paulo. Curriculum: http://lattes.cnpq.br/7200797707764904.

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Publicado

2022-09-29

Como Citar

Fonseca de Almeida, M., Goncalves Guazzelli, B., & Marques Braga, P. . (2022). A desatomização do desenhar: a memória, um caminhar para o mundo real. Astrágalo. Cultura Da Arquitetura E a Cidade, 1(30), 117–138. https://doi.org/10.12795/astragalo.2022.i30.07
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