Sobre os subúrbios dos EUA e a Pruitt-Igoe

A televisão e a política de cuidados na cidade americana do pós-guerra

Autores

  • Luísa Sol CIAUD - Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.12795/astragalo.2023.i33-34.07

Palavras-chave:

Subúrbio americano, Pruitt-Igoe, Televisão, Gênero, Cuidado

Resumo

O presente estudo pretende abordar a interacção entre o Subúrbio Americano e o complexo de Pruitt-Igoe através de representações televisivas, abordando, simultaneamente, as suas repercussões na Cdade, nomeadamente no que respeita a questões de Género e de Cuidados. Estes modelos urbanos são contemporâneos e ambos são exemplos distintos da Cidade Americana, construída de raiz no auge da Modernidade coincidindo com a disseminação e banalização da Televisão.

 

Valores familiares, estereótipos domésticos, papéis de género e segregação serão considerados, abordando-se simultaneamente, o papel da televisão na implementação da retórica mediática subjacente à forma como estes projectos habitacionais de grande-escala foram concebidos, entendidos e, consequentemente, habitados.

 

O movimento de suburbanização da América do pós-guerra simbolizou a busca do Sonho Americano, evidenciando as famílias nucleares, as casas próprias e a construção da dona de casa suburbana. Simultaneamente, o projecto habitacional Pruitt-Igoe em St. Louis, Missouri, surgiu como símbolo de projecto urbano moderno falhado, com as consequências a serem predominantemente enfrentadas por residentes afro-americanos em condições económicas muito desfavorecidas. Estas narrativas contrastantes fornecem o pano de fundo para enquadrar a política de cuidados e as relações de género numa América em mudança de paradigma.

 

Ao explorar as políticas de habitação, estes dois modelos de desenvolvimento urbano serão examinados com o foco na implementação de narrativas mediáticas específicas que moldaram o tecido social e cultural das cidades americanas do pós-guerra. Ao mesmo tempo, esta discussão será realizada a partir de um ponto de vista de distância crítica para rever os fracassos anteriores e compreender que a televisão também pode ser uma plataforma comum e legítima para transmitir contra-narrativas que podem construir modelos urbanos mais equilibrados e inclusivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Luísa Sol, CIAUD - Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

Doctora en arquitectura e investigadora. Trabajó como arquitecta en Aires Mateus&Associados. Su tesis doctoral, "La imagen de la ciudad y su espacio en los vídeos musicales de los años ochenta: Interferencias norteamericanas en la cultura arquitectónica contemporánea occidental", fue concedido por la Escuela de Arquitectura de Lisboa, Universidade de Lisboa y en la FCSH-UNL. Actualmente es investigadora postdoctoral en la Universidad de Lisboa (CIAUD) donde coordina y desarrolla el proyecto de investigación “Architectures of the Screen: Television and Emerging Urbanity(ies) in Portugal – From Postmodernity to Contemporaneity",  financiado por el FCT (2020.01180.CEECIND).
Centrada en el inmenso espacio público inaugurado por la pantalla de televisión, trabaja en temas relacionados con el género, el feminismo, los cuidados, el derecho a la vivienda y las diversas desigualdades definidas por las economías de consumo  construidas por el capitalismo global.

Ha colaborado con entidades e instituciones como la Trienal de Arquitectura de Lisboa, Porto Design Biennale, Het Nieuwe Instituut, Forecast, Yale School of Architecture, Bairros Saudáveis Programme y DGartes - Ministerio de Cultura de la República Portuguesa.

 

Referências

Bristol, Katherine. 1991. “The Pruitt-Igoe Myth”. Journal of Architectural Education, 44,3 : 163-171.

Borders, Candice. 2017. “Remembering Black Women in St. Louis’s Pruitt-Igoe Housing Projects”. In https://www.aaihs.org/remembering-black-women-in-st-louiss-pruitt-igoe-housing-projects/ Accessed May 30,2023.

Colomina, Beatriz. 2006. Domesticity at War. Barcelona: Actar.

Federici, Silvia.2019. Re-Enchanting the World: Feminism and the Politics of the Commons. Oakland and New York: PM Press/Kairos.

Freidrichs , Chad, dir. The Pruitt-Igoe Myth. New York: Unicorn Stencil, 2012, DVD.

Hayden, Dolores. 2002. Redesigning the American Dream: Gender, Housing and Family Life, Revised and Expanded. New York: W.W. Norton & Company.

Jencks, Charles. 1991. The Language of Post-Modern Architecture. 6th edition, London:, Academy Editions.

Krasny, Elke. 2019. “Architecture and Care”. In Critical Care: Architecture and Urbanism for a Broken Planet, edited by Angelika Fitz and Elke Krasny, 33-41. Wien: Architekturzentrum Wien and the MIT Press.

Lewis, Sophie. 2022. Abolish the Family: A Manifesto for Care and Liberation. London and New York: Verso.

Sol, Luísa.2023. “Screen Care: Great Domestic Representations and Vulnerable Visibilities in Pandemic Landscapes”. In I, Like Many Things, edited by Gustav Nielsen, Rachel Tsai, Diana Smiljkovic and Jack Rusk, 15-23. New Haven: Yale School of Architecture.

Spigel, Lynn. 1992. Make Room for TV: Television and the Family Ideal in Postwar America. Chicago and London: Chicago University Press.

Spigel, Lynn. 2001. Welcome to the Dreamhouse: Popular Media and Postwar Suburbs. Durham and London: Duke University Press.

The Care Collective. 2020. The Care Manifesto: The Politics of Interdependence. London and New York: Verso.

Wolfe, Tom. 1981. From Bauhaus to our House. New York: Picador.

Downloads

Publicado

2023-09-28

Como Citar

Sol, L. (2023). Sobre os subúrbios dos EUA e a Pruitt-Igoe: A televisão e a política de cuidados na cidade americana do pós-guerra. Astrágalo. Cultura Da Arquitetura E a Cidade, 1(33-34), 109–126. https://doi.org/10.12795/astragalo.2023.i33-34.07
##plugins.generic.dates.received## 2023-05-31
##plugins.generic.dates.accepted## 2023-08-22
##plugins.generic.dates.published## 2023-09-28
Visualizações
  • Resumo 60
  • PDF (English) 56