Acessibilidade comunicativa: palavra-chave para um jornalismo democrático e cidadão
DOI:
https://doi.org/10.12795/Ambitos.2024.i65.05Palavras-chave:
acessibilidade comunicativa, jornalismo, democracia, cidadania, indicadores de qualidadeResumo
Este artigo faz parte de uma pesquisa maior que objetivou a construção de uma ferramenta de indicadores de qualidade para a acessibilidade comunicativa no jornalismo. A discussão teórica se centra nos entrelaçamentos entre o jornalismo, a democracia e a cidadania em sua relação com a temática. São argumentos centrais a ausência de acessibilidade nas práticas jornalísticas (Segatto, 2015; Beraldo, 2021; González-Perea, 2018; González-Perea & Rodríguez-Ascaso, 2022; Barbosa, 2023), o que a torna uma lacuna, e as formas estigmatizadas de representação dos públicos com deficiência (Freitas, 2021; Gomes & Moutinho, 2021). O desconhecimento de jornalistas acerca das tecnologias assistivas e formas de acessibilizar também é parte do problema (Beraldo, 2021; González-Perea, 2018; González-Perea & Rodríguez-Ascaso, 2022). Argumenta-se que não é possível ter um jornalismo verdadeiramente democrático e cidadão sem acessibilidade comunicativa. Procedimentos metodológicos como a revisão bibliográfica (Barrichello, 2016), a coleta de materiais, o estabelecimento de critérios para a construção dos indicadores, as testagens - de aplicabilidade e de usabilidade, as entrevistas semi-abertas (Gil, 2008) e a análise foram usados na pesquisa. No capítulo analítico, relata-se as etapas metodológicas para a construção dos indicadores de qualidade, as melhorias realizadas a partir das testagens e o ranking gerado a partir das pontuações dos dois veículos analisados. Conclui-se que a acessibilidade não é prioridade destes veículos jornalísticos, o que se evidencia pela baixa pontuação e pelos registros de ausências de tecnologias assistivas, da cultura jornalística que não prioriza valores de acessibilidade e do desconhecimento das melhores formas de incorporar a mesma em uma rotina produtiva.
Downloads
##plugins.generic.paperbuzz.metrics##
Referências
ABNT. (2016) NBR 16452. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil.
Barbosa, S. (2023). #ACESSEJOR. Por um jornalismo digital acessível, inclusivo e inovador (170 p.). Editora LabCom, Covilhã. https://bit.ly/4aReI43
Barrichello, E. (2016). A autoria na elaboração de uma tese. In C.P. Moura; M.I.V. Lopes (Orgs.) Pesquisa em Comunicação - Metodologias e Práticas Acadêmicas (p. 129 - 152). EdiPUCRS. https://bit.ly/3VXhmRJ
Beilfuss, L.P. e Bonito, M.A. (2017). Existe mesmo um jornalismo em prol da cidadania? In Anais XVIII Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sul - Intercom Sul (p. 1 - 15). Intercom Sul.
Beraldo, C.T. (2021) “Quem cabe no seu todos?” Jornalismo e Deficiência Visual: um estudo sobre a acessibilidade e usabilidade em notícias em redes digitais. Universidade Federal da Bahia.
Bonito, M. (2015). Processos da comunicação digital deficiente e invisível: Mediações, usos e apropriações dos conteúdos digitais pelas Pessoas com deficiência visual no Brasil. Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Bonito, M., & Guimarães, L. (2023). (Re)Pensar as Deficiências das Mídias e dos Processos Comunicacionais. In: BARBOSA, S. (Ed.). #ACESSEJOR. Por um jornalismo digital acessível, inclusivo e inovador. Editora LabCom, Covilhã. https://bit.ly/4aReI43
Bonito, M., & Santos, L.C.D. (2018). Procesos comunicacionales inclusivos: una mirada bajo la óptica de la accesibilidad comunicativa (p. 202-211). Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, 15(29). https://doi.org/10.55738/alaic.v15i29.502
Borelli, V. (2015). A circulação da notícia na sociedade em processo de midiatização: o caso de jornais de abrangência regional. Rizoma, 3(1), 36-48. https://doi.org/10.17058/rzm.v3i1.6153
Campanhã, M. R. (2020). Audiodescrição e Cidadania: Processos Comunicacionais de sujeitos cegos aos usos e apropriações da rede social WhatsApp. Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Carlón, M. (2021). A modo de glosário. Cátedra Semiótica de Redes Universidad de Buenos Aires. https://bit.ly/3vBlUmg
Carpes, D. S. (Org.). (2016). Audiodescrição: práticas e reflexões. Editora Catarse. https://bit.ly/4aMqkoZ
Centers, U.N.I. (2000). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Centro de Informações das Nações Unidas para o Brasil – Unic.
Conceição-Silva, M. C. (2021) Aplicativo de notícias ao pé do ouvido. Inclusão de garantia de autonomia nas apropriações de notícias online por pessoas com deficiência visual. Universidade Católica de Pernambuco.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (1988). Presidência da República, Brasil. https://bit.ly/49w2L2M
Conteúdo, M.Z, & Unicap (2022a). Acessibilidade Jornalística - Um problema que ninguém vê. Estudo sobre a oferta e o consumo de conteúdo jornalístico por pessoas cegas e com baixa visão no Brasil. Universidade Católica de Pernambuco.
Conteúdo, M.Z., & Unicap (2022b). Por um jornalismo acessível. Manual de boas práticas para a produção de conteúdo jornalístico acessível às pessoas com deficiência visual. Universidade Católica de Pernambuco.
Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001 (2001). Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Presidência da República. https://bit.ly/3PVXj2e
Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004 (2004). Regulamenta as Leis nºs 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Presidência da República, Brasil. https://bit.ly/3xwsw5M
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (2005a). Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o artigo 18 da Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Presidência da República, Brasil. https://bit.ly/3xxYYF1
Decreto nº 6.949, de 25 de outubro de 2009 (2009). Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Presidência da República, Brasil. https://bit.ly/49CsAOB
EBC. (2018). NOR 704. Empresa Brasileira de Comunicação.
Ellcessor, E., Hagood, M, & Kirkpatrick, B. (2021). Rumo a um campo de estudos de deficiência e mídia. Revista Culturas Midiáticas, João Pessoa, (15), 6-37. https://bit.ly/4auMOeH
Freitas, T.A. (2021). Representações sociais de pessoas com deficiência em notícias do portal G1. Universidade Federal de Santa Catarina.
Garcêz, R.L. (2021). Entrevista com Katie Ellis. Revista Culturas Midiáticas, João Pessoa, (15), 38-43. https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2021v15n.61593
García-Prieto, V., Aguaded, I., & García-Rojas, A.D. (2022). Diversity and public television: analysis of subtitling as an accessibility service. Communication & Society, 35(2), 121-135. https://doi.org/10.15581/003.35.2.121-135
Genro-Filho, A. (2012). O Segredo da Pirâmide. Para uma teoria marxista do jornalismo. Editora Insular.
Gentilli, V. (2005). Democracia de Massas: jornalismo e cidadania. Estudo sobre as sociedades contemporâneas e o direito dos cidadãos à informação. EDIPUCRS.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de Pesquisa Social. Editora Atlas S.A.
Gomes, S. R., & Moutinho, M. C. B. (2021). Identidades mediatizadas: o enquadramento da deficiência e de atletas paralímpicos em narrativas globais. Revista Culturas Midiáticas, João Pessoa, (15), 308-326. https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2021v15n.60174
González-Perea, L. (2018). La accesibilidad de los medios de comunicación digitales en España: responsabilidad de los periodistas en la generación de contenidos inclusivos. index.comunicación, 8(1) 225-253. https://bit.ly/3QkFbj1
González-Perea, L., & Rodríguez-Ascaso, A. (2022). Dificultades y retos para periodistas en la producción de contenidos accesibles para Internet. Revista Española de Discapacidad, 10(2), 91-110. https://bit.ly/43PD0JL
IBGE (2023). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Instrução Normativa da Secretaria Geral da Presidência da República nº 1, de 2 de dezembro de 2005 (2005b). Referente à acessibilidade na publicidade e nos pronunciamentos oficiais. Presidência da República. https://bit.ly/43QGxYd
Lei nº 4.169, de 4 de dezembro de 1962 (1962). Oficializa as convenções Braille para uso na escrita e leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille. Presidência da República. https://bit.ly/3xvHfOt
Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 (2000). Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Presidência da República. https://bit.ly/43X8ttA
Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 (2002). Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e dá outras providências. Presidência da República. https://bit.ly/3VO5Kk1
Lei nº13.146, de 6 de julho de 2015 (2015). Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Presidência da República. https://bit.ly/4aPS2kY
Marcondes-Filho, C. (2000). A Saga dos Cães Perdidos. Hacker Editores.
Mata, M. C. (2006). Comunicación y ciudadanía. Problemas teórico-políticos de su articulación. Unisinos, revista Fronteiras - estudos midiáticos, São Leopoldo, 8(1), 5-15. https://bit.ly/4cQqQ7q
Medina, A. (2021). El rol de los medios de comunicación en el cambio de paradigma sobre la discapacidad. In R. Alves (Org.). Diversidad en Periodismo Latinoamericano (p. 108 - 117). Centro Knight para el Periodismo en las Americas. https://bit.ly/49qFWxu
Medina, C. (1995). Entrevista: o diálogo possível. Editora Ática S.A.
Moraes, F. (2022). A pauta é uma arma de combate. Subjetividade, prática reflexiva e posicionamento para superar um jornalismo que desumaniza. Arquipélago.
Motta, L., & Romeu-Filho, P. (Orgs.) (2010). Audiodescrição. Transformando Imagens em Palavras. Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo. https://bit.ly/3TRGEhu
Naves, S. B., Mauch, C., Alves, S.F., & Araújo, V. L. S. (Org.). (2016). Guia para produções audiovisuais acessíveis. Ministério da Cultura e Secretaria de Audiovisual. https://bit.ly/4dQDfIX
Pedrosa, L. L. C. (2020). SEO On-page no Jornalismo: fatores algorítmicos como lide aos buscadores. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
Pereira, T. (2021). Guia de acessibilidade cromática para daltonismo: princípios para profissionais da indústria criativa. Universidade Federal de Santa Maria.
Salton, B. P., Dall-Algnol, A., & Turcatti, A. (2017). Manual de Acessibilidade em Documentos Digitais. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS. https://bit.ly/3UcpPzc
Traquina, N. (2005). Teorias do Jornalismo: Volume I. Porque as notícias são como são. Insular.
Traquina, N. (2013). Teorias do Jornalismo: Volume II. A tribo jornalística - uma comunidade interpretativa transnacional. Insular.
Verón, E. (1997). Esquema para el análisis de la mediatización. Revista Diálogos de La Comunicación, Felafacs, Lima, (48), 9-16. https://bit.ly/4dRrGkC
Wobeto, S. (2023). A construção de indicadores de qualidade para a acessibilidade comunicacional em veículos jornalísticos digitais. Universidade Federal de Santa Maria. https://bit.ly/3wSkILB
Wobeto, S., & Borelli, V. (2020). Construção jornalística da pessoa com deficiência e a ênfase na superação (p. 1 - 14). 10º Encontro de Jovens Pesquisadores em Jornalismo.
Wolf, M. (2009). Teorias das Comunicações de Massa. Editora WMF Martins Fontes.
W3C. (2018) Web Content Accessibility Guidelines (WCAG). World Wide Web Consortium (W3C). https://bit.ly/4cP7HTk
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Samara Letícia Wobeto, Viviane Borelli, Luan Moraes Romero

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Ámbitos. Revista Internacional de Comunicación é um jornal de acesso aberto, o que significa que todo o conteúdo está disponível gratuitamente para o usuário ou sua instituição. Os usuários podem ler, baixar, copiar, distribuir, distribuir, imprimir, pesquisar ou vincular ao texto completo dos artigos, ou utilizá-los para qualquer outra finalidade lícita, sem solicitar permissão prévia da editora ou do autor. Esta definição de acesso aberto está de acordo com a Iniciativa de Acesso Aberto de Budapeste (BOAI).
A menos que seja observado o contrário, todo o conteúdo da edição eletrônica é distribuído sob uma "Licença Internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0". Você pode consultar a versão informativa e o texto legal da licença aqui. Isto deve ser expressamente declarado desta forma, quando necessário.
No caso de aceitação do manuscrito, os autores cedem os direitos da obra para sua publicação à Ámbitos. Revista Internacional de Comunicación sob o contrato de licença Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0). Os autores retêm os direitos autorais e terceiros estão autorizados a copiar, distribuir e fazer uso da obra, desde que cumpram os termos e condições estabelecidos na licença
- Cite a autoria e a fonte original de publicação (revista, editora e URL da obra).
- Não utilizá-los para fins comerciais.
- Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você deve liberar suas contribuições sob a mesma licença que o original.
Mais informações podem ser encontradas em
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.es
- Resumo 148
- PDF 77
- HTML 4