Atos educativos com oficines de ecografias: uma investigação otobiográfica
DOI:
https://doi.org/10.12795/Ambitos.2020.i49.05Keywords:
educação, otobiografia, escrileitura, didáticaAbstract
Este artigo apresenta resultados parciais de uma investigação desenvolvida no Brasil, na UFMT. A pesquisa fora realizada com estudantes do Ensino Médio em uma escola pública e outra privada confessional. Toma-se como referência o projeto filosófico elaborado por Jacques Derrida para estabelecer o que se denomina como investigação otobiográfica. Como conceito-método fundante, a investigação otobiográfica assume o limiar da vida-obra, vivências-escrituras. O afastamento entre vida e texto, comumente relacionado à experiência escolar, resulta em uma escrita encomendada pelas instâncias institucionais de controle, seja na figura do professor ou mesmo na do Estado avaliador. Embora tais produções atendam aos critérios públicos de escrita e composição, tal prática predominante cede a um discurso hegemônico pré-fabricado, dissolvendo, assim, a escritura como ato de criação e inscrição: a hipótese da pesquisa é de que projeção de filmes-conceitos, com narrativas não-lineares, podem criar espaços de escritura, constituindo um ato educativo. Para este trabalho foram analisadas 88 produções textuais de estudantes de ambas as escolas participantes, a partir do curta-metragem Alike — uma animação dirigida por Daniel Martínez Lara e Rafa Cano Méndez. Tais textos foram produzidos no que denominamos de Oficinas Cinemáticas de Ecografias (OCiE), viabilizadas por meio das formulações de Jacques Aumont (acerca do cinema, filme e teoria) e de Sandra Corazza com as Oficinas de Transcriação (OsT), como estratégia para investigação otobiográfica. A análise foi desenvolvida em três níveis, aqui denominados: heteronimia do estado, autonomia crítica e economia dos signos; a hipótese da pesquisa foi confirmada.
Downloads
References
AUMONT, J. (1992) La imagen. (Antonio Lopez Ruiz, Trad.) Barcelona: Paidós Comunicación.
______. (2006). Le cinéma et la mise en scène. Paris: Armand Colin.
______. (2008). Pode um filme ser um ato de teoria?. Educação & Realidade, 33, 21-34.
BARTHES, R. (1979). Sade, Fourier, Loiola. (Maria de Santa Cruz, Trad.) Lisboa: Edições 70.
______. (2004). O rumor da língua. (M. Laranjeira, Trad.). 2 ed. São Paulo: Martins Fontes.
CORAZZA, S. M. (2011). Caóides. In: MONTEIRO, Silas (Org.) (Coleção Escrileituras). Caderno de Notas 2: rastros de escrileituras. Canela: Ed. UFRGS, 13-17.
______. (2014). Introdução ao método biografemático. Em tese, 20, 3, set/dez, 48-65.
DERRIDA, J. (1972). La Dissémination. Paris: Éditions du Seuil.
______. (1973). Gramatologia. (Miriam Schnaiderman & Renato Janini Ribeiro, Trad.). São Paulo: Perspectiva.
______. (1984). Otobiographies: l’enseignement de Nietzsche et la politique dun nom propre. Paris: Galilée.
______. (1991). Margens da filosofia. (J. Torres Costa, A. M. Magalhães, Trad.). Campinas: Papirus.
______. (1998). Ecografías de la televisión. (M. Horacio Pons, Trad.). Buenos Aires: Editorial Universitaria de Buenos Aires.
______. (1999). O olho da universidade. (Ignacio Antonio Neis & Ricardo Iuri Canko, Trad.). São Paulo: Estação Liberdade.
______. (2002). Trace et archive, image et art. Paris: INA Éditions.
______. (2007). O cartão-postal. (Simone Perelson & Ana Valéria Lessa, Trad.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
______. (2009) A escritura e a diferença. (M. Beatriz Marques Nizza da Silva, P. Leite Lopes & P. Carvalho, Trad.). São Paulo: Perspectiva.
______. (2012). Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (Orgs.). (M. Jacques de Moraes, Trad.). (Ed. Rev.). Florianópolis: Editora da UFSC.
______. (2016). A besta e o soberano (seminário). v. 1 (Marco Antônio Casa Nova, Trad.). Rio de Janeiro: Via Verita.
FREIRE, P. (2011). Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
HEIDEGGER, M. (1988). Ser e Tempo (Parte I) 2. ed. (Márcia de Sá Cavalcanti, Trad.). Petrópolis, Vozes.
______. (2000). Carta sobre el Humanismo (H. Cortés, A. Leyte, Trad.). Madrid: Alianza Editorial.
MONTEIRO, S. B. (2007). Otobiografia como escuta das vivências presentes nos escritos. Educação e Pesquisa. 33, 3, set/dez, 471-484.
NIETZSCHE, F. (2013). Fragmentos póstumos: 1887-1889 volume VI (Marco Antônio Casanova, Trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.
SAUSSURE, F. (2006). Curso de linguística geral. (Antônio Chelini, José Paulo Paes & Izidoro Blikstein, Trad.). São Paulo: Cultrix.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Ámbitos. Revista Internacional de Comunicación is an open access journal, which means that all content is freely available at no charge to the user or their institution. Users may read, download, copy, distribute, distribute, print, search or link to the full text of articles, or use them for any other lawful purpose, without seeking prior permission from the publisher or author. This definition of open access is in accordance with the Budapest Open Access Initiative (BOAI).

Unless otherwise noted, all content in the electronic edition is distributed under a "Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License". You can consult the informative version and legal text of the licence here. This should be expressly stated in this way where necessary.
In case of acceptance of the manuscript, the authors cede the rights of the work for its publication to Ámbitos. Revista Internacional de Comunicación under the Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International license contract (CC BY-NC-SA 4.0). The authors retain copyright and third parties are authorised to copy, distribute and make use of the work, provided they comply with the terms and conditions set out in the licence
- Cite the authorship and the original source of publication (journal, publisher and URL of the work).
- Do not use them for commercial purposes.
- If you remix, transform or create from the material, you must release your contributions under the same license as the original.
More information can be found at https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.es















