“Toda a fonte do mal é a Folha de São Paulo”: a relação entre Bolsonaro e Folha pelas ombudsman

Autores/as

  • Rafaela Martins Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  • Sílvia Porto Meirelles Leite Universidade Federal de Pelotas http://orcid.org/0000-0002-0849-0214

DOI:

https://doi.org/10.12795/Ambitos.2021.i52.06

Palabras clave:

Jair Bolsonaro, Folha de São Paulo, ética jornalística, ombudsman, crítica ao jornalismo

Resumen

O relacionamento do presidente do Brasil Jair Bolsonaro com a imprensa, durante a eleição e o primeiro ano de governo, foi marcado por conflitos e declarações polêmicas. Uma dessas declarações teve como alvo um dos maiores jornais de circulação no país, a Folha de São Paulo, na qual Bolsonaro chegou a dizer que “toda a fonte do mal é a Folha de São Paulo”. A fim de entender a relação entre esses atores de importância social e propor a reflexão sobre a ética jornalística, o trabalho analisa como as ombudsmans do jornal Folha de São Paulo interpretaram a cobertura jornalística sobre Jair Bolsonaro realizada pelo veículo nos anos de 2018 e 2019. O método de análise de dados utilizado foi a análise de conteúdo. O recorte estudado compreende os anos de 2018 e 2019, período de eleição e primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, e dois mandatos de ombudsmans da Folha. Nesse período, foram selecionados 45 textos que mencionam Bolsonaro ou seu governo, os quais foram analisados a partir das categorias de análise: mediação das ombudsmans; ideias em conflito; e necessidade da crítica. Assim, foi possível identificar que os conflitos entre Bolsonaro e Folha se intensificaram com o aumento na aparição do político em reportagens investigativas e furos jornalísticos do veículo, e que as ombudsmans apontam saturação de declarações polêmicas do presidente no noticiário da Folha de São Paulo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Rafaela Martins, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Rafaela Martins dos Santos Bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Sílvia Porto Meirelles Leite, Universidade Federal de Pelotas

Professora do Curso de Jornalismo da UFPEL. Pós-doutorado em Jornalismo (PPJOR/UFSC). Doutorado em Informática na Educação (PGIE/UFRGS).

Citas

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.

Bittencourt, M. C. A. (2020). A construção da figura política de Bolsonaro no El País: um exercício metodológico para análise sobre produção de sentido no jornalismo. Galáxia, 43, 168-187. https://www.scielo.br/pdf/gal/n43/1982-2553-gal-43-0168.pdf.

Braga, J. L. (2017). Crítica na Sociedade em Midiatização. En C. C. Rizzoto (org.). A gente vê por aqui: práticas e reflexões sobre crítica de mídia.

Bucci, E. (2000). Sobre ética e imprensa. Companhia das Letras.

Christofoletti, R. (2008). Ética no jornalismo. Contexto.

Costa, G.; Rodrigues, C. & Mitozo I. (2019). Twitter como rede de comunicação governamental? Uma análise do agendamento do jornalismo impresso brasileiro pelos tweets de Jair Bolsonaro. Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, 17. http://sbpjor.org.br/congresso/index.php/sbpjor/sbpjor2019/paper/viewFile/2187/1058.

Ferrucci, P. (2018). The End of Ombudsmen? 21st-Century Journalism and Reader Representatives. Journalism & Mass Communication Quarterly, 96(1), 288-307. https://doi.org/10.1177/1077699018805986.

Franzoni, S. (novembre de 2012). Um lugar ambivalente: a função do ombudsman da Folha de S. Paulo. [ponencia]. 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, Brasil. https://conferencias.unb.br/index.php/ENPJor/XENPJOR/paper/view/1890/148.

Genro Filho, A. (1987). O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Tchê!

Gomes, W. (2009). Jornalismo, fatos e interesses: ensaios de teoria do jornalismo. Série Jornalismo a Rigor, 1. Insular. Capítulo 2: Verdade e perspectiva: a questão da verdade e o fato jornalístico.

Gomes, M. R. (2004). Ética e Jornalismo. Coleção Ensaios Transversais.

Karam, F. J. C. (2004). Ética Jornalística e o Interesse Público. Summus Editorial.

Karam, F. J. C. (2009). Jornalismo e ética no século XXI. Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Regional, 13(13), 15-27. https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/AUM/article/viewFile/2185/2111.

Maia, K. B. F. (2006). O ombudsman na Folha de S. Paulo: entre a crítica da mídia e as reclamações dos leitores. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, 4. https://www.academia.edu/1363379/O_ombudsman_na_Folha_de_S_Paulo_entre_a_cr%C3%ADtica_da_m%C3%ADdia_e_as_reclama%C3%A7%C3%B5es_dos_leitores.

Meditsch, E. (1998). Jornalismo como Forma de Conhecimento. Rev. Bras. De Ciên. da Com., S. Paulo, 21 (1), 25-38. http://www.bocc.ubi.pt/pag/meditsch-eduardo-jornalismo-conhecimento.pdf.

Nascimento, L. et al. (2018). “Não falo o que o povo quer, sou o que o povo quer”. Plural, 25, 135-171. https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/149019.

Neto, A. F. (2008). OMBUDSMAN: a interrupção de uma fala transversal. Intexto, 2(19), 1-15. https://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/8009

Paulino, F et al. (2017). Ombudsmen e observatórios de média: proximidades e diversidades. Revista Internacional de Comunicación y Desarrollo, Artículos de Investigación, 2(6), 69-81. https://doi.org/10.15304/ricd.2.6.3944.

Rebouças, H. (2019). Quando o Twitter pauta o jornal: análise da cobertura da Folha de S. Paulo sobre o perfil de Jair Bolsonaro. Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, 17. http://sbpjor.org.br/congresso/index.php/sbpjor/sbpjor2019/paper/viewFile/1979/1060.

Recuero, R. (2019). Disputas discursivas, legitimação e desinformação: o caso Veja x Bolsonaro nas eleições brasileiras de 2018. Comunicação Mídia e Consumo, 16 (47). http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/2013.

Rizzoto, C. C. (2017). A gente vê por aqui?: práticas e reflexões sobre crítica de mídia/organizada. Syntagma Editores.

Sponholz, L. (2004). O que o jornalismo pode aprender com a ciência: Objetividade na perspectiva do racionalismo crítico de Karl Popper. Actas do III SOPCOM, VI LUSOCOM e II Ibérico, 4, 97-104. https://www.researchgate.net/publication/274370950_O_que_o_jornalismo_pode_aprender_com_a_ciencia_Objetividade_na_perspectiva_do_racionalismo_critico_de_Karl_Popper.

Sponholz, L. (2007). Entre senso comum e ciência: o conhecimento híbrido do jornalismo. Ciências & Cognição, 10, 02-14. http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/617.

Sponholz, L. (2009). O que é mesmo um fato? Conceitos e suas consequências para o jornalismo. Revista Galáxia, 18, 56-69. https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/2642.

Descargas

Publicado

2021-04-15

Cómo citar

Martins, R., & Porto Meirelles Leite, S. . (2021). “Toda a fonte do mal é a Folha de São Paulo”: a relação entre Bolsonaro e Folha pelas ombudsman. Ámbitos. Revista Internacional De Comunicación, (52), 87–101. https://doi.org/10.12795/Ambitos.2021.i52.06

Número

Sección

MONOGRÁFICO
Visualizaciones
  • Resumen 406
  • pdf 195