Juventude ciberativista e educação: reflexões sobre um jeito hacker de ser

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.12795/Ambitos.2020.i50.08

Palabras clave:

Educação, Participação de Jovens, Ciberativismo, Jeito hacker de ser

Resumen

No Brasil, 67% dos jovens brasileiros utilizam a internet diariamente (Cepal, 2018), sendo que os smartphones figuram como artefato tecnológico mais utilizado por esse público (CGI, 2018). Ao mesmo tempo, dentre 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, mais da metade desses (25,2 milhões) não frequentava escola, não havia ingressado ou concluído a universidade ou qualquer outra instituição regular de ensino (IBGE, 2018). Diante desse descompasso entre a presença dos jovens nos ambientes digitais e sua relação com a educação formal, realizamos esta pesquisa qualitativa e bibliográfica com o objetivo de identificar os usos que os jovens têm feito dos aparelhos digitais conectados, especialmente para analisar os modos como ocupam o ciberespaço para participar, mobilizar, articular e dar visibilidade as suas causas e demandas. A partir daí, buscamos caracterizar o jeito hacker de ser, identificando conexões entre essas formas de participação ciberativista, a cultura hacker e a educação. Como resultados das análises, destacamos que: redes digitais têm sido (também) palco de participação, mobilização e articulação de jovens ciberativistas e vêm sendo utilizadas para confrontar a política partidária tradicional; a atuação ciberativista de jovens e o movimento inspirado pela cultura e ética hacker possuem pontos de conexão, como a  autogestão, o compartilhamento, o engajamento, a mobilização, o empoderamento e a apropriação tecnológica. Concluímos que a educação com jeito hacker de ser, inspirada pela atuação ciberativista de jovens, pode fomentar o engajamento e a participação em um contexto educacional mais aberto, criativo, crítico, compartilhado e emancipatório.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Carla Azevedo de Aragão, Universidade Federal da Bahia

Educadora, Jornalista, Pesquisadora e Ativista. Doutoranda em Educação pela FACED-UFBA. Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social (UFBA). Graduada em Comunicação Social,  Habilitação em Jornalismo (UFBA). Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC).

Pietro Matheus Bompet Fontoura Alves, Universidade Federal da Bahia

Professor de Computação (em formação) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisador nas áreas de Avaliação para Aprendizagem, Formação Inicial de Professores com ênfase em Identidade Docente e Educação em Computação. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação para Aprendizagem, além do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC) e do Onda Digital - Grupo de Pesquisa e Extensão em Informática, Educação e Sociedade, todos lotados na UFBA. Atualmente é Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. CV na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/3935834525982637

Karina Moreira Menezes, Universidade Federal da Bahia

Pedagoga. Professora da Faculdade de Educação da UFBA (FACED/UFBA). Doutorado em Educação pela FACED/UFBA, linha de pesquisa Currículo e (In) Formação. Integrante do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem (GELING) e Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas em Infâncias e Educação Infantil (NEPESSI). Especializada em Administração da Educação pela UnB.  Foi professora formadora do Programa de Formação de Professores de Timor-Leste – PROFEP. Foi assessora técnico-pedagógica dos programas Proformação e Proinfantil na SEED (MEC). Atuou como tutora e professora na Universidade Aberta do Brasil, pela UnB e UFBA.  Coordenou o projeto social "Ciclo do Livro" e implantou a Biblioteca Canguru no Distrito Federal. Usuária e defensora do Software Livre. Vencedora do Prêmio Capes de Tese 2019 na área Educação. Integrante do Raul Hacker Club de Salvador Bahia, idealizadora do Crianças Hackers. Mãe do Ian. CV na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/2341150601702150.

Citas

Abrantes, T. (2016). O mapa das ocupações de escolas e faculdades contra Temer. Revista Exame. Recuperado em: https://bit.ly/3dkXiiW.

Agenda Juventude Brasil (2013). Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013. Brasília, DF: Secretaria Nacional da Juventude. Recuperado em: https://bit.ly/3cfu4Rv.

Aguado, A. G. & Cánovas, I. A. (2018). Educação hacker e empoderamento: partilhando cami-nhos e experiências. In: Actas del II Congreso Internacional Move. net sobre Movimien-tos Sociales y TIC. Grupo Interdisciplinario de Estudios en Comunicación, Política y Cambio Social (COMPOLÍTICAS), p. 109.

Antoun, H. & Malini, F. (2013). A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre: Sulina.

Banaji, S. & Buckingham, D. (2013). The Civic Web - Young People, The Internet, And Civic Participation. Inglaterra: MIT PRESS LTD.

Bentes, I. (2016). A última maçã do Paraíso. Recuperado em: http://bit.ly/2Ba6ad5.

Blume, B. A. (2016). Ocupações das escolas: entenda. Politize. Recuperado em: https://bit.ly/2TUb7gG

Bianchi, M., Perini, A. & León, C. (2017). Transformaciones de la participación política en América Latina. Asuntos del Sur. Buenos Aires.

Bonilla, M. & Pretto, N. L. (2015). Movimentos colaborativos, tecnologias digitais e educação. Em Aberto, v. 28, n. 94.

Bourdieu, P. (1983). “A juventude é apenas uma palavra”. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero.

Bustamante, J. (2013). Poder comunicativo, ecossistemas digitais e cidadania digital. In: Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013, Brasília, DF: Secretaria Nacional de Juventude. Recuperado em: https://bit.ly/3cfu4Rv.

Campos, A., Medeiros, J. & Ribeiro, M. (2016). Escola de Lutas. São Paulo: Ed. Veneta.

Castells, M. (2013). Redes de Indignação e Esperança - Movimentos Sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Ed. Zahar.

Castro, J. A. & Aquino, L. (org.). (2008). Juventude e políticas sociais no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, texto para discussão nº 1335.

Cepal. (2018). Ser Jovem na Era Digital. Uma aproximação aos processos de construção da subjetividade. Andrea MURDEN, A. CADENASSO, J. Cepal y Fundación SM.

CGI - Comitê Gestor da Internet no Brasil. (2019). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2018. São Paulo: CGI.br.

CGI - Comitê Gestor da Internet no Brasil. (2018). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2017. São Paulo: CGI.br.

CGI - Comitê Gestor da Internet no Brasil. (2016). Pesquisa sobre o uso da Internet por crianças e adolescentes no Brasil: TIC Kids Online Brasil 2015. São Paulo: CGI.br.

Dayrell, J. (2003) O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de Educação, n. 24, ANPED, p. 40-52.

Escaño, C. (2017). Cultura libre digital, procomún y educación. Prácticas educativas de cooperación cultural en red por el desarrollo social del procomún digital. In: II Congreso Internacional Move. net sobre Movimientos Sociales y TIC (2018), p 80-91. Grupo Interdisciplinario de Estudios en Comunicación, Política y Cambio Social de la Universidad de Sevilla (COMPOLÍTICAS).

Gohn, M. G. M. (2017). Manifestações e protestos no Brasil: correntes e contracorrentes na atualidade. São Paulo: Cortez Editora.

Gohn, M. G. M. (2010). Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no Brasil contemporâneo. Petrópolis: Ed. Vozes.

Gomes, J. L. D. L. (2016). “#VemPraRua”: As Manifestações de junho de 2013 em São Paulo e a Nova Esfera Pública. 195f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2016. Recuperado de: https://bit.ly/2AmUjbh.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2018).

PNAD Contínua 2018: educação avança no país, mas desigualdades raciais e por região persistem. Recuperado de: https://bit.ly/3eBdpJK.

Himanem, P. (2001). A ética dos hackers e o espírito da era da informação. Tradução Fernanda Wolf. Rio de Janeiro: Campus. 200p.

Lévy, P. (2000). Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. Coleção Trans, p. 13.

Levy, S. (2001). Hackers - Heroes of the computer revolution. New York: Penguin Books, 487 p. Recuperado de: https://bit.ly/36PznFZ

Pais, J. M. (1993). Culturas juvenis. Portugal: Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Pretto, N. (2017). Educações, culturas e hackers: escritos e reflexões. EDUFBA: Salvador.

Pretto, N. (2010). Redes Colaborativas, Ética Hacker e Educação. Educação em Revista.

Raymond, E. S. (2009). Como ser um hacker. Tradução de Marcelo Minholi. Recuperado em: http://bit.ly/3eHtAVX.

Santos, B. S. & Avritzer, L. (2003). Introdução: para ampliar o cânone democrático. In: SANTOS, B. S. (org.). Democratizar a Democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Record, p. 39-82.

Silveira, S. (2010). Ciberativismo, cultura hacker e o individualismo colaborativo. Revista USP, n. 86, p. 28-39, 1 ago.

Trancoso, A. E. R. & Oliveira, A. A. S. (2014). Juventudes: desafios contemporâneos conceituais. ECOS, Volume 4, Número 2.

Publicado

2020-10-12

Cómo citar

Azevedo de Aragão, C., Bompet Fontoura Alves, P. M., & Moreira Menezes, K. (2020). Juventude ciberativista e educação: reflexões sobre um jeito hacker de ser. Ámbitos. Revista Internacional De Comunicación, (50), 116–127. https://doi.org/10.12795/Ambitos.2020.i50.08

Número

Sección

MONOGRÁFICO