Discurso colonial em vídeos de reação de estrangeiros: uma análise de representações de Brasil

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DOI:

https://doi.org/10.12795/Ambitos.2024.i66.08

Palabras clave:

YouTube, mídias sociais, colonialismo, cultura, Brasil

Resumen

Este trabalho investiga as construções de sentido em espaços on-line sobre a cultura brasileira a partir de vídeos de reação de estrangeiros que abordam bens culturais do Brasil em suas narrativas. Foca-se nas práticas discursivas e sociais atravessadas por marcas de colonialidade (Quijano, 2005; Mignolo, 2017) que podem ser observadas nesses conteúdos. São examinados, especificamente, os vídeos de estrangeiros que têm como objeto-pauta músicas brasileiras de diferentes gêneros. Para isso, emprega-se a Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 2001; 2012) como abordagem metodológica, enfocando a dimensão discursiva como prática social. Através das análises, identificou-se que os youtubers buscam diversidade na representação da brasilidade por meio da música, embora gêneros musicais periféricos sejam mais presentes nesses vídeos de reação dos estrangeiros. Já nas interações dos brasileiros nos comentários, percebeu-se uma presença mais evidente da ideologia colonialista, que hierarquiza culturas, sujeitos, saberes e formas de vida, reforçando estereótipos e estigmas, embora ocorra em menor número em comparação aos elogios. Identificou-se também uma valorização de gêneros musicais como MPB e sertanejo, em detrimento do funk, muitas vezes percebido como uma manifestação cultural inferior. Conclui-se que os vídeos de reação podem ser compreendidos como uma expressão das tensões entre a cultura colonial e o entretenimento, uma vez que têm o potencial de manter padrões coloniais de pensamento ao apresentarem uma perspectiva externa e exótica sobre a cultura retratada, reforçando estereótipos, simplificações de uma visão colonizada e relações desiguais de poder.

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Publicado

2024-10-15

Cómo citar

Rebouças, D. (2024). Discurso colonial em vídeos de reação de estrangeiros: uma análise de representações de Brasil. Ámbitos. Revista Internacional De Comunicación, (66), 150–171. https://doi.org/10.12795/Ambitos.2024.i66.08

Número

Sección

MISCELÁNEA
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