Resumo
Partindo das particularidades da colonização na região amazônica, encabeçada por portugueses e espanhóis, serão elaboradas reflexões sobre o apagamento da diversidade sexual e de gênero dos povos indígenas, persistentes nos dias de hoje como mais um efeito da colonialidade do poder, do saber e do ser. Os povos indígenas amazônicos têm resistido aos grandes projetos capitalistas de desenvolvimento que avançam sobre os seus territórios históricos e dizimam a sua população e ao enquadramento de suas particularidades culturais, com a universalização da biopolítica moderna. Trata-se de esboçar ideias para uma definição provisória da colonialidade da sexualidade, a partir das experiências dos povos indígenas amazônicos.
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