Abstract
O ponto de partida para este artigo é um breve relato de uma viagem de campo a uma fazenda do Pantanal Sul que abrigava um canil com cães especializados na captura de onças-pintadas para estudos científicos. Um lugar onde a pecuária coexiste com o ecoturismo e com projetos de conservação da biodiversidade. O diálogo entre o material etnográfico que apresento e alguns registros e documentos disponíveis sobre a história desta fazenda revela diferentes camadas das relações regionais com as onças, contrastando o animal considerado nocivo no passado com a espécie ameaçada que atualmente é foco do interesse conservacionista. O objetivo é investigar processos de ressignificação das práticas tradicionais de caça e refletir sobre o caso das onças-pintadas a partir alguns contrastes e composições possíveis entre as atividades dos biólogos da conservação e aquelas de vaqueiros e antigos caçadores pantaneiros.
Riferimenti bibliografici
Almeida, A. de (1976) Jaguar hunting in Mato Grosso. England: Stanwill Press.
Banducci JR., Álvaro (1995) A natureza do pantaneiro - Relações sociais e representação de mundo entre vaqueiros do Pantanal. Dissertação em Antropologia Social, USP.
Benevides, Cezar, e Leonzo, Nanci (1999) Miranda Estância. Ingleses, peões e caçadores no Pantanal mato-grossense. Rio de Janeiro: FGV Editora.
Campos Filho, Luiz Vicente da Silva (2002) Tradição e ruptura - Cultura e Ambiente Pantaneiros. Cuiabá: Entrelinhas.
Cavalcanti, Sandra M. C., Marchini, Silvio, Zimmermann, Alexandra, Gese, Eric M., e Macdonald, David W. (2010) Jaguars, Livestock, and People in Brazil: Realities and Perceptions Behind The Conflict. USDA National Wildlife Research Center. Staff Publications. Paper 918. University of Nebraska.
Crawshaw, Peter G (2006) “The history of carnivore research in Brazil”. Em Morato, Ronaldo Gonçalves (org.). Manejo e Conservação de Carnívoros Neotropicais. São Paulo: Edições Ibama, pp. 15-38.
Crawshaw, Peter G., e Quigley, Howard B. (1984) “A ecologia do jaguar ou onça pintada (panthera onca palustris) no pantanal matogrossense”. Em Estudos bioecológicos do pantanal matogrossense –relatório final– parte I. Brasília: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF.
Crawshaw, Peter G., e Quigley, Howard B. (1991) “Jaguar spacing, activity and habitat use in a seasonally flooded environment in Brazil”. The Zoological Society of London, 223: 358-369.
Desbiez, A. L. J.J; Keuroghlian, A.; Piovezan, U.; Bodmer, R. E. (2009) “Ecologia de populações de porco monteiro no Pantanal do Brasil”. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/853316/ecologia-de-populacoes-de-porco-monteiro-no-pantanal-do-brasil.
Furtado, Mariana M.; Pescastegui, Samia E.; Jácomo, Anah Tereza A; Powell, George; Silveira, Leandro; Vynne, Carly; Sollmann, Rahel (2008) “Studying Jaguars in the Willd: Past Experiences and Future Perspectives”. En The Jaguar In Brasil. Cat News, Special Issue Nº 4. lUCN, Cat Specialist Group, Jaguar Conservation Fund. Bern, Switzerland. pp. 41-47.
Guimarães Rosa, João (2001) “Meu tio o Iauaretê”. In: Estas Estórias. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, pp. 191-235.
Haraway, Donna (1989) “Teddy bear patriarchy taxidermy in the garden of eden, New York City, 1908-1936”. Primate visions: Gender, race, and Nature in the World of Modern Science. London: Routledge, pp. 26-58.
Lourival, Reinaldo, e Fonseca, Gustavo (1997) “Análise de sustentabilidade do modelo de caça tradicional, no Pantanal da Nhecolândia, Corumbá, (MS)”. En Valladares-Pádua, C.; Bodmer, R.E. & Cullen Jr., L. Manejo e Conservação de vida silvestre no Brasil. Belém: Sociedade Civil Mamirauá.
Marvin, Garry (2002) “Unspeakability, inedibility, and the structures of pursuit in the english foxhunt”. En Nigel Rothfels (orgs.), Representing animals. Indiana University Press, pp 139-158.
Mazza, Maria Cristina Medeiros; Mazza, Carlos Alberto da Silva; Sereno, José Robson Bezerra; Santos, Sandra Aparecida; Pellegrin, Aiesca Oliveira (1994) Etnobiologia e conservação do bovino pantaneiro. Corumbá: CPAP/ EMBRAPA.
Millard, Candice (2007) O Rio da Dúvida – A sombria viagem de Theodore Roosevelt e Rondon pela Amazônia. São Paulo: Companhia das Letras.
Morato, Ronaldo Gonçalves (org.) (2006) Manejo e Conservação de Carnívoros Neotropicais. São Paulo: Edições Ibama.
Morato, R. G., Beisiegel, B. D. M., Ramalho, E. E., Campos, C. B. de, & Boulhosa, R. L. P. (2013) “Avaliação do risco de extinção da onça-pintada Panthera onca (Linnaeus, 1758) no Brasil”. Biodiversidade Brasileira, 3(1): 122-132.
Oliveira, Jorge Eremites de (1996) Guató: argonautas do pantanal. Porto Alegre: EDIPUCRS.
Papavero, Nelson (2017) “Nomes populares conferidos à Panthera onca (Linnaeus, 1758) (Mammalia, Carnivora, Felidae) no Brasil”. Arquivos De Zoologia, 48(2): 37-93.
Pereira Da Cunha, Comandante H. (1922) Viagens e caçadas em Mato Grosso. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves.
Roosevelt, Theodore (1976 [1914]) Nas Selvas do Brasil. Rio de Janeiro: Itatiaia
Schaller, George B. (2007) A naturalist and other beasts: tales from a life in the field. San Francisco: Sierra Club Books.
Siemel, Sasha (1953) Tigrero! New York: Ace Books.
Silveira, Leandro; Boulhosa, Ricardo; Astete, Samuel; Jácomo, Anah Tereza de Almeida (2008) “Management of domestic livestock predation by jaguars in Brazil”. En: Cat News - The jaguar in Brazil – Special issue n. 4. Switzerland: IUCN/ Cat Specialist Group, pp. 26-30.
Süssekind, Felipe (2014) O Rastro da Onça: relações entre humanos e animais no Pantanal. Rio de Janeiro: 7 Letras.
Tsing, Anna Lowenhaupt (2005) Friction: An Ethnography of Global Connection. Princeton/Oxford: Princeton University Press.
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.
Copyright (c) 2021 La Universidad de Sevilla se reserva todos los derechos sobre el contenido de las revistas científicas tuteladas por su editorial. Los respectivos textos no pueden ser utilizados, distribuirse, comercializarse, reproducirse o transmitirse por ningún procedimiento informático, electrónico o mecánico con ánimo de lucro, directo o indirecto, ni tampoco incluirse en repositorios ajenos, sin permiso escrito de la Editorial Universidad de Sevilla. La distribución de estas obras derivadas se debe hacer con una licencia igual a la que regula la obra original y podrán ser usados y citados para fines científicos y referenciados con transformación para usos académicos, indicándose en todo caso la autoría y fuente, pudiendo para ello remitir al correspondiente enlace URL de Internet