Resumen
Listado como uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo, o javali asselvajado (Sus scrofa) é o único grande vertebrado cuja caça é autorizada no Brasil. Embora motivada por razões ecológicas e sanitárias, esta autorização, ocorrida em 2013, tem promovido o crescimento do interesse pela caça para fins recreativos no país, após anos de ocaso sociocultural. Diante deste cenário, este artigo discute as relações entre práticas cinegéticas e manejo do javali em duas regiões rurais do Rio Grande do Sul, estado mais meridional do Brasil. Baseado em pesquisa etnográfica e entrevistas, o trabalho discute como agentes do Estado e caçadores concebem e negociam práticas que transitam entre os polos do “controle” e da “caça”, revelando a flexibilidade e relatividade destas categorias.
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