Resumen
No presente artigo, propomo-nos a analisar as contribuições de Wanuri Kahiu para o cinema queer africano. Abordaremos como em Rafiki (2018), apenas seu segundo longa-metragem como realizadora, Kahiu apresenta e desenvolve esteticamente as premissas de uma arte Afrobubblegum por ela proposta, de modo a retratar, num contexto de esperança e novas possibilidades, a experiência de ser queer numa África heterossexista. Para tanto, a pesquisa irá recorrer a trabalhos como os de Diawara (2007, 2010) e Adichie (2009) de modo a demonstrar como a proposta estética da diretora visa contrapor visões predominantemente pessimistas que o cinema projeta a respeito de países africanos. Adicionalmente, exploraremos a história de luta e resistência da diretora queniana para ver seu filme chegar às telas de seu país de nascimento e a importância que a exibição desta obra, nos cinemas do Quênia, teve como momento de celebração da existência de pessoas queer no continente africano. Essas discussões serão conduzidas a partir de contribuições como as de Louro (2008) e Green-Simms (2022) a respeito da importância do cinema queer criar histórias que mostrem a resistência e esperança diante de realidades opressivas.
Citas
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