Estado, sociedade e meio ambiente no Brasil em 200 anos de Independência

Autores/as

  • Regina Horta Duarte Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.12795.araucaria.2022.i51.15

Palabras clave:

Meio ambiente no Brasil, socioambientalismo, Estado e ambiente no Brasil, história e natureza

Resumen

Este artigo intenta apresentar uma visão panorâmica da complexidade histórica das relações entre sociedade, estado e meio ambiente no Brasil. Argumenta que a genealogia dessas relações evidencia uma trajetória não linear, multifacetada e conflituosa. Há diversas tradições no palco dos confrontos políticos atuais: o Brasil se destaca por uma longa história de destruição, que remonta ao início da colonização do território, mas também por uma fértil tradição de pensamento conservacionista, significativas lutas socioambientais, e pelo pioneirismo nas pautas globais em prol do ambiente. Recuperar e valorizar a complexidade das relações entre sociedade e ambiente pode ser um ato decisivo na construção de caminhos futuros diversos para a questão socioambiental no Brasil, projetando e demonstrando a riqueza e o vigor de diferentes atores e práticas dissonantes.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Regina Horta Duarte, Universidade Federal de Minas Gerais

Regina Horta Duarte é licenciada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), mestre e doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (1988 e 1993, respectivamente). Atuou como professora titular-livre da Universidade Federal de Minas Gerais, e hoje é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em História na UFMG. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, história e natureza, história da biologia na Primeira República, história dos animais. Integrou a diretoria da Associação Nacional de História (gestão ago 2007-jul 2009, ANPUH nacional), na qual atuou como editora chefe da Revista Brasileira de História. Em 2008, ocupou vaga de Professora Residente no Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG. Participou da fundação da Sociedade Latino Americana Y Caribeña de Historia Ambiental (SOLCHA), e foi eleita para a primeira Junta Diretiva, gestão 2006-2010, entidade à qual pertence como membro efetivo. Permaneceu na Junta Diretiva dessa entidade como editora-chefe da revista HALA, entre 2011 e 2014. Foi Editora Chefe da revista Varia Historia entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017. É membro do Editorial Board da Hispanic American Historical Review. É coordenadora do Centro de Estudos sobre os Animais (CEA), na UFMG. Atualmente pesquisa os zoológicos na América Latina no século XX, e produz o canal Youtube As 4 Estações, dedicado à divulgação da História Ambiental para o público amplo. www.youtube.com/c/AsQuatroEstações. São publicações recentes: Duarte, R. H. “El zoológico del porvenir-: narrativas y memorias de nación sobre el Zoológico de Chapultepec, Ciudad de México, siglo XX”. Historia Critica, v. 21, p. 93-113, 2019; Duarte, R. H. “Networks of Natural History in Latin America”. In: H.A. Curry; N. Nardine; J.A. Secord; E. Spary. (Org.). Worlds of Natural History. 1ed.Cambridge: Cambridge University Press, 2018, v. 1, p. 484-495; Duarte, R. H. Noites Circenses, 2a edição revista e ampliada. 2. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2018. 248p.

Citas

Acselrad, H. 2004. Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.

Acselrad, H. 2017. “Mariana, November 2015: the political genealogy of a disaster”, Vibrant, 14 (2017), pp. 149-157.

Almeida, M. B. 2004. "Direitos à floresta e ambientalismo", Revista Brasileira de Ciências Sociais 19 (2004), pp. 33–53.

Alonso, A. and Maciel, D. 2010. “From Protest to Professionalization: Brazilian Environmental Activism after Rio 1992”, The Journal of Environmentand Development 19 (2010), pp. 300-317.

Anderson, B. 2003. Imagined Communities, 30th Ed., London, Verso.

Arendt, H. 2006. Betweeen Past and Future. New York: Penguin.

Bloch, M. 1964. The Historian’s Craft. Toronto: Vintage.

Borges, A. C. 1987. Por trás do verde. Diss. Mestrado. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa.

Carvalho, J.M. 1987. Os bestializados. São Paulo, Cia das Letras.

Carvalho, J.M. 1990. A formação das almas. São Paulo, Cia das Letras.

Chauí, M. 2010. Brasil, mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Perseu Abramo.

Comissão Nacional da Verdade. Relatório, v.2, Brasilia, p. 197-257, www.cnv.gov.br (acesso 30 /04/22).

Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. 1891.

Cunha, E. 1905. Os Sertões, 3ª ed. Rio de Janeiro: Lemmert e Cia.

Cunha, M.C. 1992. História dos Índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras.

Cunha, M.C. e Almeida, M. 2000. “Indigenous People, Traditional People, and Conservation in the Amazon”, Dædalus, 129 (2000), pp. 315–338.

Dean, Warren. 1997. With Broadax and Firebrand. Berkeley: University of California Press.

Drummond de Andrade, C. 1951. “Beira Rio”, In Contos de Aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio Editora.

Drummond, J. and Barros-Platiau. 2006. “Brazilian Environmental Laws and Policies”, Law and Policy 28 (2006), pp. 83-110.

Duarte, R. H. 2014. “Birds and Scientists in Brazil”, In Centering Animals in Latin American History, Martha Few and Zeb Tortorici eds. Durham: Duke University Press, pp. 270—301.

Duarte, R.H. 2015. “Turn to pollute”: poluição atmosférica e modelo de desenvolvimento no “milagre” brasileiro, Tempo, 21 (2015), pp. 64-87

Duarte, R.H. 2016. Activist Biology. Tucson: Arizona University Press.

Espindola, H., E. Nodari E. and Santos. 2019. “Rio Doce: riscos e incertezas a partir do desastre de Mariana”, Revista Brasileira de História 39: 141–162.

Foucault, M. 1977. “Nietzsche, Genealogy, History”, In Donald Bouchard ed. Language, Counter-Memory, Practice. Ithaca: Cornel University Press.

Franco, J. and Drummond, J. 2009. “Wilderness and the Brazilian Mind”, en. Environmental History 14 (2009), p. 82-101.

Franco, J. e Drummond, J. 2009a. “O cuidado da natureza: A FBCN e a experiência conservacionista no Brasil”, In Textos de História 1 (2009), pp. 59-84.

Figueiredo, J. B. 1072 “Instruções para a delegação do Brasil”, In Relatório da Delegação do Brasil à Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, vol. 2. Brasília: CSN, pp. 4-10.

Gardner, R. 1993. “End of the Beginning: Chico Mendes and the Battle for Brazil’s Rains Forest,” Reference Services Review 21 (1993), pp. 23–30.

Garfield, S. 2013. In Search of the Amazon. Durham: Duke University Press.

Gomes, A.C. 2013. “População e Sociedade”, In A. C. Gomes ed. Olhando para Dentro: Coleção História do Brasil Nação, vol. 4. São Paulo: Objetiva, pp. 41-90.

Guimarães, R. 1991. The Ecopolitics of Development in the Third World. Boulder: Lynne Rienner Publishers.

Hardman, F.F. 1988. Trem Fantasma. São Paulo: Companhia das Letras.

Hobsbawn, E. 1983. The Invention of Traditions. Cambridge: Cambridge University Press.

Hochstetler, K. and Keck, M. 2007. Greening Brazil. Durham: Duke University Press.

Ioris, R. 2014. Transforming Brazil. New York: Routledge.

Lago, A.C. 2006. Estocolomo, Rio, Joanesburgo. Brasília, Instituto Rio Branco.

Leal, V. N. 2012. Coroelismo, enxada e voto. 7ª ed. São Paulo: Cia das Letras.

Lenharo, A. 1986. A sacralização da política. 2ª ed. Campinas: Papirus.

Lerrer, D. and Medeiros, L. 2014. “Food Sovereignty and Struggle for Land: The Experience of the MST in Brazil”, In Constance, MC. Renard, M Rivera-Ferre eds. Alternative agri-food movements. Londres: Emerald, 2014, p.111-135

Lima, N. 1999. Um sertão chamado Brasil. Rio de Janeiro, Revan.

Lima, A C. 1992. “O governo dos índios sob a gestão do SPI”, In M. C. Cunha ed. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, pp. 155-72.

Little, P. 2001. Amazonia: Territorial Struggles on Perennial Frontiers. Baltimore: The John Hopkins University Press.

Nogueira-Neto, P. 2010. Uma trajetória ambientalista, diário. São Paulo: Empresa das Artes.

Marson, A. 1979. A ideologia nacionalista em Alberto Torres. São Paulo, Duas Cidades.

McCook, S. 2011. “The Neo-Columbian Exchange”, Latin American Research Review 46(2011), pp.11-31.

Oliveira, N. C. e Florentin, C. G. 2018. “Hydroelectric dams and the rise of environmentalism under dictatorship in Brazil and Paraguay”, In S Brain and V. Pál ed. Environmentalism under Authoritarian Regimes. New York: Routledge.

Pádua, J. 1991. “O Nascimento da política verde no Brasil”, In H. Leis ed. Ecologia e política mundial. Rio de Janeiro: Vozes, pp. 135-161.

Pádua, J. 2000. "Annihilating Natural Productions': Nature's Economy, Colonial Crisis and the Origins of Brazilian Political Environmentalism (1786–1810)", In Environment and History 6 (2000), pp. 255–87.

Pádua, J. 2002. Um sopro de destruição, Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Padua, J. 2012. “Environmentalism in Brazil: a historical perspective”, In J. R. McNeill and E. Stewart eds. A Companion to Global Environmental Histor,. Oxford: Wiley-Blackwell, pp. 456–473.

Pádua, J. 2016. “Civil Society and Environmentalism in Brazil”, In F. Rajan and L. Sedrez eds. The Great Convergence. New Delhi: Oxford University Press, pp. 113-134.

Pádua, J. 2019. “El dilema de la ‘cuna espléndida’”, In C. Leal, J. Solury y J Pádua eds. Un passado vivo. Bogotá: FCE, pp. 103-126.

Pandolfi, D. 2003. “Os anos”, In Ferreira, J. Delgado, L. eds. O Brasil Republicano: o tempo do nacional-estatismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pp. 13-38.

Pereira, E. 2013. Roessler, o homem que amava a natureza. São Leopoldo: Oikos,.

Pereira, E. 2016. A ética da convivência ecossustentável. Tese de Doutorado., Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Rodrigues, G. 2007. Walking the Forest with Chico Mendes. Austin: University of Texas Press.

Roquette- Pinto, E. 1941. Ensaios Brasilianos. São Paulo, Cia Editora Nacional.

Sachs, I. 1998. “Do crescimento econômico ao ecodesenvolvimento”, In P. Vieira ed. Desenvolvimento e meio ambiente no Brasil. Porto Alegre, Palloti.

Santos, J.; F. 1997. Feliz 1958, o ano que não devia terminar. Rio de Janeiro: Record.

Sedrez, L. 2014. "Rubber, Trees and Communities", In M. Armiero and L. Sedrez eds. A History of ed. Marco Armiero and L. Sedrez . New York: Bloomsbury, pp. 147–166.

Slater, C. 2002. Entangled Edens. Berkeley: University of California Press.

Starling, H. and Schwarcz, L 2015. Brasil, uma biografia. São Paulo: Cia das Letras.

Starling, H. 2018. Ser Republicano no Brasil Colônia. São Paulo, Companhia das Letras.

Torres, A. 1914. A organização nacional, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional.

Urban, T. 2001. Missão (quase) impossível. São Paulo: Peirópolis.

Urban, T. 2018. Saudade do Matão. Curitiba: Ed. UFPR.

Vargas, M. “Caetano lidera ato em Brasília contra desmonte ambiental”, Folha de São Paulo, 10 de março de 2022, p. B8.

Ventura, Zuenir. 2003. Chico Mendes: Crime e Castigo. São Paulo: Companhia das Letras.

Viola, Eduardo. 1987. “O movimento ecológico no Brasil”, In j. Pádua ed. Ecologia e Política no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, p. 63-109.

Viveiros de Castro, E. 1992. “Prefácio” in R. Arnt e S. Schwartzman, Um artifício orgânico. Rio de Janeiro: Rocco.

Wisnik, J. 2018. A máquina do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.

Zhouri, A.; Laschefski, K. e Pereira, D. 2005. A insustentável leveza da política ambiental. Belo Horizonte: Autêntica.

Zhouri, A. 2010. As tensões do lugar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Zhouri, A. e Laschefski, K. 2010. Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Ed. UFMG.

Publicado

2022-11-17

Cómo citar

Horta Duarte, R. (2022). Estado, sociedade e meio ambiente no Brasil em 200 anos de Independência. Araucaria, 24(51). https://doi.org/10.12795.araucaria.2022.i51.15