Animación Sociocultural en el 1º Ciclo: ¿Cuáles son los Beneficios de Promover la Integración Escolar?

Sociocultural Animation in the 1st Cycle: What Are the Benefits in Promoting School Integration?

Recibido: 06/03/2020 | Revisado: 09/05/2020 | Aceptado: 24/05/2020 | Publicado: 30/06/2020

Bruno Trindade

Câmara Municipal de Castelo Branco (Portugal)

btrindade30@hotmail.com

https://orcid.org/0000-0002-3839-8144

Ricardo Pocinho

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Instituto Politécnico de Leiria (Portugal)

rfpocinho@arscentro.min-saude.pt

https://orcid.org/0000-0003-1307-5434

Maria José Rodríguez Conde

Universidad de Salamanca

iuce@usal.es

https://orcid.org/0000-0002-2509-1901

Resumen: El presente artículo tiene como objetivo mostrar la perspicacia pedagógica de la relación entre la Animación Sociocultural y el educar, verificando cuál es la percepción que los alumnos y docentes revelan sobre la misma. La animación sociocultural es relevante en el desarrollo del niño, pues valorizando el juego, previene conflictos y favorece las relaciones sociales. En la escuela, esta interrelación con el juego hace que la acción de la Animación Sociocultural aplicada a la educación ayude a construir la personalidad del niño, instruyendo normas y reglas de socialización de manera lúdica. Así, el presente estudio intentó demostrar cuál es el valor que la Animación Sociocultural tiene en la integración y éxito escolares, en la percepción de los propios alumnos de la Enseñanza Básica. De esta forma, se implementó el Programa TEIP en la Agrupación de Escuelas Nunes Álvares en Castelo Branco, Portugal. Se pretendió verificar si los alumnos del 1º Ciclo consideran importante la relación entre la Animación Sociocultural y la enseñanza curricular con el objetivo de promover la integración y éxito escolares. Después de la participación de 439 alumnos, se verificó que la relación entre la animación y el educar es relevante y positiva, siendo vista como promotora y facilitadora del éxito e integración escolar.

Abstract: The present article aims to show the pedagogical perspective of the relationship between the Sociocultural Animation and the educar, verifying the perception that the students and teachers reveal about it. Sociocultural animation is relevant in the development of the child, because valuing play, prevents conflicts and favors social relations. At school, this interaction with play makes the action of Sociocultural Animation applied to education help to build the personality of the child, instructing rules and rules of socialization in a playful way. Thus, the present study sought to demonstrate the value that Sociocultural Animation has in school integration and success, in the perception of the students themselves and their respective teachers of Basic Education. In this way, the TEIP Program was implemented in the Grouping of Schools Nunes Álvares in Castelo Branco. The aim was to verify if the students of the 1st Cycle consider important the relationship between the Sociocultural Animation and the curricular teaching with the objective of promoting the school integration and success. After the participation of 439 students, it was verified that the relationship between animation and educating is relevant and positive, being seen as a promoter and facilitator of school success and integration.

Palabras clave: animación, educación, integración escolar, éxito escolar, enseñanza, alumnos, interrelaciones, actividades socio-culturales.

Keywords: animation, education, school integration, school success, teaching, students, interrelations, socio-cultural activities.

Cuestiones Pedagógicas, nº 29, 2020

Páginas 90-101

Introdução

Na nossa sociedade verificam-se situações preocupantes que se têm agravado cada vez mais: os pais têm menos tempo para os seus filhos, as crianças mais isoladas umas das outras, o aumento das situações de violência nas escolas, a crescente desmotivação das crianças face à escola. Todas estas circunstâncias são preocupantes e urge minorar. Assim sendo, a Animação Sociocultural possui um conjunto de fundamentos teóricos, metodológicos e práticos que permitem uma maior intervenção na vertente preventiva, educativa e social dos alunos. Os técnicos de animação sociocultural têm um papel importante na promoção e motivação das potencialidades sociais e criativas, podendo auxiliar na promoção do sucesso educativo. A Escola transmite história e cultura e, de acordo com os seus interesses e temas, os alunos tomam conhecimento com as mais variadas temáticas. No entanto, verifica-se na Escola uma necessidade crescente em transmitir aos seus alunos regras básicas de comportamento e de convivência social que, devido a limitações de programa e tempo, muitas vezes os professores não conseguem ministrar essas competências sociais como desejariam. A função do técnico superior de Animação Sociocultural passa também por preencher as lacunas que as crianças manifestam a nível de valores sociais, promovendo ações lúdicas e educativas que complementam o processo educativo.

Uma das necessidades permanentes com que a criança nasce é brincar. É por meio desta atividade que ela desenvolve as suas competências, as suas habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas. Através do brincar as crianças expressam os seus interesses, desejos e anseios. As brincadeiras, os jogos e as recreações são formas de inserção no dia-a-dia, na realidade, e é desta maneira que a criança expõe os seus pensamentos, organiza e desorganiza, constrói e reconstrói o seu mundo, adquirindo regras e valores sociais. As atividades lúdicas promovidas pelo técnico de Animação permitem um melhor conhecimento do indivíduo e do grupo. A criança aprende, não só a expressar-se individualmente, mas também a ouvir, concordar ou discordar das opiniões dos colegas. Brincando a criança realiza aprendizagens que o tornam um adulto mais capacitado, respeitador, tolerante e autónomo.

Se as atividades lúdicas que a Animação Sociocultural possibilita fizerem parte integrante da educação da criança (com a mesma relevância dada às ações formais proporcionadas pelo sistema educativo), não só beneficiariam as crianças, mas também a sociedade onde elas se irão inserir como adultos num futuro próximo. Desta forma, e observando-se os benefícios da animação sociocultural pretende-se com o presente artigo verificar se existe uma relação positiva e benéfica entre as atividades socioculturais em meio escolar e uma maior integração e promoção do sucesso escolar.

A Animação Sociocultural e o Brincar

A componente lúdica integra o trabalho da Animação Sociocultural, na medida em que é encarada não apenas como uma “brincadeira”, mas também como um recurso que facilita a construção social da criança, o seu processo de desenvolvimento, ajudando na formação do seu próprio conhecimento.

Segundo Oliveira ”O brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade” (2000, p. 67).

Por esse motivo, o Animador Sociocultural não se deve limitar só ao desenvolvimento intelectual, social e cognitivo, mas também ao psicossocial. Relacionando a afetividade com as emoções para ganhar uma maior consciencialização dos seus limites – vulnerabilidade, frustração, ansiedade… – melhor será a sua adaptação à vida adulta.

Compreendendo a relação entre a Animação Sociocultural e o Brincar ajuda na interligação global do processo de crescimento das crianças, implicando um conhecimento, ao nível da sua personalidade individual e social. As vivências lúdicas desencadeadas pelos Animadores viabilizam um melhor conhecimento de si e do grupo. Aplicando as componentes lúdicas e pedagógicas na sua relação de convivência social, a criança aprende a respeitar as regras, a expressar-se, a ouvir, a concordar ou discordar, ou seja, a respeitar os outros através do brincar.

Segundo Santos brincar é “(...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspeto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento” (2002, p. 12).

Segundo Vigostsky “O brincar é fonte de desenvolvimento e de aprendizagem, constituindo uma atividade que impulsiona o desenvolvimento, pois a criança se comporta de forma mais avançada do que na vida cotidiana, exercendo papéis e desenvolvendo ações que mobilizam novos conhecimentos, habilidades e processos de desenvolvimento e de aprendizagem” (1998, p. 81).

Segundo Oliveira, “No brincar, as crianças vão também se constituindo como agentes de sua experiência social, organizando com autonomia suas ações e interações, elaborando planos e formas de ações conjuntas, criando regras de convivência social e de participação nas brincadeiras” (2000, p. 101).

Brincar com supervisão de um Técnico Superior de Animação Sociocultural, permitindo às crianças brincarem “livremente”, fomentando papéis que ajudam no crescimento da sua personalidade, reforça a organização de competências básicas, desenvolvendo valores, princípios e regras.

Assim sendo, brincar é uma necessidade básica e essencial para a educação, ajudando no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social. Segundo Ribeiro (2002),

Brincar é meio de expressão, é forma de integrar-se ao ambiente que o cerca. Através das atividades lúdicas a criança assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve diversas áreas de conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. No convívio com outras crianças aprende a dar e receber ordens, a esperar sua vez de brincar, a emprestar e tomar como empréstimo o seu brinquedo, a compartilhar momentos bons e ruins, a fazer amigos, a ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolve a sociabilidade (2002, p. 56).

Segundo Macedo, Petty e Passos (2005)

Brincar é envolvente, interessante e informativo. Envolvente porque coloca a criança em um contexto de interação em que suas atividades físicas e fantasiosas, bem como os objetos que servem de projeção ou suporte delas, fazem parte de um mesmo contínuo topológico. Interessante porque canaliza, orienta, organiza as energias da criança, dando-lhes forma de atividade ou ocupação. Informativo porque, nesse contexto, ela pode aprender sobre as características dos objetos, os conteúdos pensados ou imaginados (p. 87) .

Sendo essencial em qualquer contexto da vida da criança, a brincadeira tem de fazer parte da sua vida escolar, pois esta preenche grande parte do seu quotidiano e reveste, na maioria das vezes, um carácter formal. O papel da Animação Sociocultural no contexto educativo, através do seu profissional da área de animação, é incentivar o brincar. Quer de forma organizada, quer, informalmente, o importante é fomentar a interação e a participação social – no respeito pelos colegas, na motivação de aptidões físicas e processos criativos de desenvolvimento e aprendizagem – facilitando a aquisição de regras, normas e valores essenciais ao desenvolvimento equilibrado da criança.

Integrando a Animação Sociocultural, associada ao brincar, num contexto educativo, interligando um modelo de educação formal com uma componente educativa não formal, permite à criança: desenvolver a expressão oral e corporal; reforçar as habilidades sociais, intelectuais e afetivas; reduzir a violência e a agressividade; estabelecer relações sociais saudáveis; construir o seu próprio conhecimento.

Animação Sociocultural e a Educação

A animação sociocultural representa, de acordo com Besnard (1991), o conjunto de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento de uma realidade específica, que tem como finalidade estimular os sujeitos para a sua participação.

Por seu turno, a animação sociocultural deve ser compreendida como “uma ação, intervenção, atuação como atividade ou prática social, e como um processo, como programa ou projeto” (Trilla, 1998, p. 25).

A animação sociocultural inclui uma série de atividades, intervenções e programas. De acordo com Lopes (2006), a identificação dos diversos âmbitos da animação sociocultural tem em conta algumas dimensões relativas às suas estratégicas de intervenção, como a dimensão etária, e o espaço de intervenção, se meio urbano ou meio rural.

A educação em relação com a animação sociocultural representa uma base dos domínios e áreas de desenvolvimento de todo o trabalho de animação. Deste modo, não poderá existir animação sem a sua componente educativa e educacional.

A animação sociocultural no âmbito da educação visa o desenvolvimento da sua atuação, em diferentes áreas que, na sua heterogeneidade possui aspetos comuns, ou seja, surge para dar respostas a necessidades educativas especiais, e para as quais, o sistema de ensino não tem capacidade de resposta e, por essa razão, o seu contexto de intervenção ocorre no âmbito da educação não formal (Lopes, 2010).

É importante e necessário criar novos espaços, tempos e formas de intervenção. Por isso, o animador sociocultural pode responder eficazmente a estes desafios (Hernandez, 2013).

De acordo com Babo (2010) a educação associada à animação sociocultural contribui para maiores valores relativos à socialização, liberdade, partilha de saberes e o aprender fazendo. Ao adaptar as atividades e os jogos a criança sente-se mais incluída e, potencia ainda a motivação, a ampliação das suas potencialidades, como a criatividade, a memória e a socialização. A aprendizagem torna-se mais apelativa e positiva quando a componente lúdica está presente.

Tendo em consideração estes aspetos, é pertinente referir que o animador sociocultural é visto como um agente social, isto porque põe em prática a animação sociocultural em grupos, com base numa atuação unida. É sim um mediador, que tem a capacidade de implementar principalmente uma comunicação positiva entre as crianças, instituições sociais e comunidade (Ander-Egg, 2006; Silva e Moinhos, 2010; Ytarte, 2007).

De acordo com Barbosa (2006, p. 122) a finalidade da animação é, pois, “proporcionar uma modificação nos indivíduos, ou seja, modificar algumas atitudes, desenvolver aptidões que contribuem para as modificações sociais”.

O animador sociocultural tem uma função bastante relevante no desenvolvimento sociocultural do grupo ou comunidade em que desenvolve a sua intervenção, pois estimula a participação de cada criança do grupo e fomenta a interação e união. O mesmo significa que o animador sociocultural atua em conjunto com o grupo como um todo.

O exercício de Animação Sociocultural na escola pode e deve ser de construção de mecanismo pedagogia social potencializando a inclusão e um meio de aprendizagem social, levando os alunos aprender os valores sociais do respeito, regras e cooperação. Levando a transformação inclusiva e social diminuindo o espaço de exposição as situações de risco.

Proposta de Estudo

A implementação da Animação Sociocultural nas escolas do 1º Ciclo, de forma consistente, devia ser prioritária para se poder promover a socialização, as regras e normas comportamentais, e potenciar a integração e o sucesso escolar, promovendo uma educação não formal e uma aprendizagem pela diversidade.

Neste sentido, propusemo-nos a realizar o presente estudo cujo objetivo é compreender a perceção que os beneficiários, alunos do ensino básico, têm sobre a influência da Animação Sociocultural no contexto escolar: se a existência de animação sociocultural ajuda os alunos a integrarem-se na escola, a gostarem de aprender e a obterem mais sucesso escolar, motivando-os para a aprendizagem curricular.

Tendo em conta este objetivo central, implementou-se o Programa TEIP1 (Território de Intervenção Prioritária do Ministério da Educação) que ocorreu ao longo do ano letivo escolar do ensino básico do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares em Castelo Branco, Portugal. O Programa TEIP permite, após concretização de todas as atividades, avaliar e analisar o impacto destas atividades na promoção do sucesso e da integração escolar, sendo este o âmbito do presente artigo.

No presente estudo utilizou-se método de análise quantitativo através do SPSS, de forma a verificar-se a perceção que os alunos detêm relativamente às atividades socioculturais desenvolvidas e se as mesmas são favoráveis e promotoras de sucesso e integração escolar. O presente estudo não possibilitou analisar o efeito prático e direto, pois não é esse o âmbito do estudo, mas sim analisar a perceção e as opiniões que os destinatários e benificiários, neste caso os alunos, têm sobre a importância da animação sociocultural.

Amostra

Participaram no presente estudo 439 alunos, com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos de idade frequentadores do 1º Ciclo do ensino básico do Agrupamento de Escolas. Obteve-se a autorização e o consentimento dos encarregados de educação de forma a proceder-se à participação individual no presente estudo de investigação.

Instrumento de Recolha de Dados

Realizou-se a aplicação dos questionários aos alunos que constituem a amostra populacional (alunos do 1º Ciclo) e posterior tratamento e interpretação dos dados estatísticos. Para a construção do nosso instrumento baseámo-nos na adaptação da escala de avaliação da implementação de programa de Jardim e Pereira (2006). Dando o título do questionário “A importância da Animação Sociocultural em Contexto Escolar – o Caso do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares”.

A escala é constituído por 5 blocos de questões e os participantes responderam a cada questão atendendo à cotação de resposta tipo Likert, com cotação entre 1 (Mau) a 5 (Muito bom). A escala visa avaliar o grau de eficácia e de qualidade de uma determinada intervenção, neste estudo, a implementação do Programa TEIP, mais especificamente, as atividades de animação sociocultural no meio escolar do 1º ao 4º ano de escolaridade.

Resultados

No presente estudo colaboram um total de 439 alunos. Nota-se que a amostra esteve equilibrada relativamente ao género. A maioria era do género feminino (54,0%, n = 237), sendo a população masculina 46% da amostra total (N=202) (V. Tabela 1).

Tabela 1

Caraterização dos alunos relativamente ao género

N

%

Masculino

202

46

Feminino

237

54

Total

439

100

Pode-se observar na tabela 2 que a maior participação foi dos alunos do 2º ano de escolaridade, com 33,3% da amostra dos alunos (N= 146). Os alunos do 1º ano representam 18,2% da amostra total (N=80), os alunos do 3º ano representam 24,1% (N=106) e os alunos do 4º ano representam 24,4% da amostra dos alunos (N=107).

Tabela 2

Caraterização dos alunos relativamente à frequência do ano escolar

N

%

1º ano

80

18.2

2º ano

146

33.3

3º ano

106

24.1

4º ano

107

24.4

Total

439

100

À questão “Achas importante as atividades de Animação Sociocultural na Escola?” verificou-se uma homogeneidade nas respostas dos alunos do 1º ciclo de escolaridade, não se verificando diferenças entre os anos escolares. As respostas com mais frequência centram-se no “bom” (21.3%) e “muito bom” (76.3%).

De forma pormenorizada, os alunos do 1º ano classificaram as atividades de animação sociocultural como pertinentes na escola em 76,3%, os alunos do 2º ano em 71,9%, os alunos do 3º ano em 80,2% e os alunos do 4º ano em 45,8%.

Tabela 3

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Achas importantes as atividades de Animação Sociocultural na Escola?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

-

2

1

2

%

-

1.4

0.9

1.9

Fraco

N

2

1

1

1

%

2.5

0.7

0.9

0.9

Razoável

N

-

7

-

7

%

-

4.8

-

6.5

Bom

N

17

31

19

48

%

21.3

21.2

17.9

44.9

Muito bom

N

61

105

85

49

%

76.3

71.9

80.2

45.8

Relativamente à questão “Achas que as atividades de Animação Sociocultural contribuem para a tua aprendizagem?”, verificaram-se várias respostas dos alunos do 1º ciclo. No entanto, a resposta com mais frequência foi “muito bom” no 1º ano (71.3%), no 2º ano (72.6%), no 3º ano (68.9%).

Tabela 4

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Achas que as atividades de Animação Sociocultural contribuem para a tua aprendizagem?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

2

-

3

6

%

2.5

-

2.8

5.6

Fraco

N

2

2

-

5

%

2.5

1.4

-

4.7

Razoável

N

10

9

4

7

%

12.5

6.2

3.8

6.5

Bom

N

9

29

26

52

%

11.3

19.9

24.5

48.6

Muito bom

N

57

106

73

37

%

71.3

72.6

68.9

34.6

Na questão “achas que as atividades de Animação Sociocultural têm contribuído para gostares mais da tua escola?” os alunos responderam predominantemente de forma positiva. Os alunos do 1º ano de escolaridade referiram esta questão como “muito boa” em 68.8%, os alunos do 2º ano como 74.7%, os alunos do 3º ano como 64,2% e os alunos do 4º ano como 54,2% (V. Tabela 5).

Tabela 5

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Achas que as atividades de Animação Sociocultural têm contribuído para gostares mais da tua escola?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

3

3

5

6

%

3.8

2.1

4.7

5.6

Fraco

N

6

4

4

3

%

7.5

2.7

3.8

2.8

Razoável

N

4

9

5

14

%

5

6.2

4.7

13.1

Bom

N

12

21

24

26

%

15

14.4

22.6

24.3

Muito bom

N

55

109

68

58

%

68.8

74.7

64.2

54.2

Relativamente à questão “Gostarias que a Animação Sociocultural fizesse parte do currículo escolar?” todos os participantes responderam de forma bastante positiva, com maior frequência na cotação “muito bom”.

De forma pormenorizada, os alunos do 1º ano responderam que “gostavam muito” que a animação sociocultural fizesse parte do currículo escolar (77,5%), bem como os alunos do 2º ano (71,2%), do 3º ano (72,6%) e do 4º ano (51,4) (V. Tabela 6).

Tabela 6

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Gostarias que a Animação Sociocultural fizesse parte do currículo escolar?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

-

5

7

6

%

-

3.4

6.6

5.6

Fraco

N

1

-

3

2

%

1.3

-

2.8

1.9

Razoável

N

7

15

8

7

%

8.8

10.3

7.5

6.5

Bom

N

10

22

11

37

%

12.5

15.1

10.4

34.6

Muito bom

N

62

104

77

55

%

77.5

71.2

72.6

51.4

Quando questionados sobre o facto das atividades socioculturais poderem promover a educação não formal e o sucesso educativo, todos os participantes parecem concordar de forma positiva com esta questão. Não obstante, nesta questão podemos verificar uma maior dispersão nas respostas dos alunos.

Ainda assim, podemos analisar que se verificam maiores frequências nas respostas “muito bom” em todos os anos letivos (1º ano com 35%; 2º ano com 61,6%; 3º ano com 50%) à exceção do 4º ano de escolaridade em que os alunos responderam com mais frequência com a opção “bom” (44,9%) (ver Tabela 7).

Tabela 7

Caraterização das respostas dos alunos e do 1º Ciclo à pergunta “Achas que as atividades Socioculturais promovem a educação não formal no sucesso educativo?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

1

3

5

7

%

1.3

2.1

4.7

6.5

Fraco

N

22

4

1

2

%

27.5

2.7

0.9

1.9

Razoável

N

11

13

6

19

%

13.8

8.9

5.7

17.8

Bom

N

18

36

41

48

%

22.5

24.7

38.7

44.9

Muito bom

N

28

90

53

31

%

35

61.6

50

29

Quando questionados sobre a importância de se incluir a animação sociocultural na estrutura curricular, também se verificou uma maior frequência nas respostas “muito bom”, com expressão nos alunos do 2º ano (60,3%), 3º ano (49,1%) e 4º ano de escolaridade (41,1%) (V. Tabela 8).

Tabela 8

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Achas que se deva incluir a Animação Sociocultural na estrutura curricular?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

1

3

7

10

%

1.3

2.1

6.6

9.3

Fraco

N

17

-

2

3

%

21.3

-

1.9

2.8

Razoável

N

9

17

12

13

%

11.3

11.6

11.3

12.1

Bom

N

28

38

33

37

%

35

26

31.1

34.6

Muito bom

N

25

88

52

44

%

31.3

60.3

49.1

41.1

Relativamente à questão “achas que se deve proporcionar mais atividades nos intervalos do período escolar?” verificou-se uma predominância nas respostas “muito bom”, em todos os anos letivos: 1º ano de escolaridade com 73,8%; 2º ano com 73,3%; 3º ano com 72,6% e 4º ano com 59,8% (V.Tabela 9).

Tabela 9

Caraterização das respostas dos alunos e do 1º Ciclo à pergunta “Achas que se deve proporcionar mais atividades nos intervalos do período escolar?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

1

2

3

8

%

1.3

1.4

2.8

7.5

Fraco

N

2

4

4

1

%

2.5

2.7

3.8

0.9

Razoável

N

8

10

4

5

%

10

6.8

3.8

4.7

Bom

N

10

23

18

29

%

12.5

15.8

17

27.1

Muito bom

N

59

107

77

64

%

73.8

73.3

72.6

59.8

Quando os participantes foram questionados sobre a importância de se promover a animação sociocultural como oferta educativa, todos responderam de forma bastante positiva (V.Tabela 10).

Tabela 10

Caraterização das respostas dos alunos do 1º Ciclo à pergunta “Achas que a se deve promover a Animação Sociocultural como oferta educativa?”

1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

Mau

N

1

-

3

8

%

1.3

-

2.8

7.5

Fraco

N

-

2

6

4

%

-

1.4

5.7

3.7

Razoável

N

4

18

4

11

%

5

12.3

3.8

10.3

Bom

N

25

21

17

25

%

31.3

14.4

16

23.4

Muito bom

N

50

105

76

59

%

62.5

71.9

71.7

55.1

CONCLUSÃO

Todos os resultados obtidos no nosso estudo apontam para a importância do papel que a Animação Sociocultural tem ou pode ter na integração contexto escolar. Os alunos do 1º ao 4º ano de escolaridade revelam, no presente estudo, indicar que as atividades socioculturais realizadas no Programa TEIP são importantes e parecem deter benefícios na integração e sucesso escolar na faixa etária da amostra populacional.

A Animação Sociocultural emprega técnicas fundamentais que permitem abarcar as dimensões abrangentes que fazem parte da formação dos jovens, criando condições para a realização de aprendizagem em contexto não formal e para a interiorização de regras sociais.

De acordo com Babo (2010, p.14) “a educação associada à animação sociocultural contribui para maiores valores relativos à socialização, liberdade, partilha de saberes e o aprender fazendo”, o que vai de encontro ao estudo de campo que foi realizado.

O Técnico de Animação Sociocultural é um elemento fundamental numa comunidade escolar devido à abrangência da sua intervenção. Atuando junto do aluno, a sua ação incide principalmente nas regras e questões comportamentais, nomeadamente na melhoria da disciplina e do clima social na escola, trabalhando as questões relacionadas com as vivências em grupo e a socialização.

Segundo Trilla (1998) “a animação considera-se como um instrumento importante para a convivência e a participação. Nela estão presentes quer a dimensão sociológica quer a pedagógica, a comunitária e a terapêutica” (p. 262).

O Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, onde se realizou este estudo, através da sua direção, esteve sempre atento para esta problemática, pois cedo percebeu a sua importância no desenvolvimento global da criança e na prevenção de conflitos na comunidade educativa. Este Agrupamento fornece uma ajuda concreta na complementaridade do processo educativo dos pais/encarregados de educação no desenvolvimento dos seus filhos/educandos.

Com este estudo, procuramos demonstrar o valor do papel do Animador Sociocultural no enriquecimento do brincar como atividade social da infância, através da perceção de que os beneficiários (os alunos) têm sobre as atividades implementadas (Animação Sociocultural). Consideramos que o Brincar deve ocupar um papel essencial na educação e o Animador Sociocultural é o elemento fundamental para que isso aconteça, criando jogos, espaços, matérias e proporcionando brincadeiras sociais. Pretendemos que seja reconhecida a importância das ações de Animação Sociocultural na educação das crianças, com a integração de Técnicos de Animação Sociocultural nas equipas multidisciplinares dos agrupamentos escolares e das escolas não agrupadas, alargando as atividades de Animação a todos os níveis de ensino (desde o pré-escolar até ao ensino secundário).

Analisando globalmente os inquéritos realizados destacam-se dois factos: a maioria das crianças respondeu, de forma esmagadora, Sim/Muito importante, a todos as perguntas realizadas, tendo uma minoria respondido Sim/Importante a algumas perguntas e os itens Não/Pouco importante e Não/Nada importante não obtiveram qualquer resposta. As respostas confirmam que, segundo os alunos, a Animação é uma nova abertura social”…estabelece maior dinâmica entre a escola e comunidade. Promove projetos de interesse comum, favorece a articulação entre as várias instituições locais realizando a produção e difusão cultural ou simplesmente a ocupação de tempos livres.” –, educativa e pedagógica “A animação proporciona uma aprendizagem de vários conceitos de modo não formal e está a contribuir para o desenvolvimento harmonioso e global da criança e do ser humano.”

Concordando com Bernardo Moura (2008), é através da “educação que moldamos a sociedade futura, portanto quando definimos como e o que ensinar estamos a fazer a projeção das nossas expectativas mais profundas sobre a humanidade”(s.p) Apesar de, cada vez mais, se dar importância à educação das nossas crianças, a realidade é que nem sempre quem tem o poder de decidir tem como prioridade os alunos. A conjuntura social, institucional e política dita as leis a aplicar também na Educação. Foi essa mesma conjuntura que determinou o aparecimento das escolas TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária), para combater o insucesso e o abandono escolar. Atualmente é maioritariamente nestas escolas que trabalham equipas de Animação Sociocultural. O estudo agora efetuado parece corroborar as indicações postuladas por Gomes (2007). Para quem a “Animação é um instrumento extremamente útil para fundamentar as suas aprendizagens”. De facto, os resultados colhidos, quer junto dos principais destinatários, os alunos, quer junto dos diferentes mediadores escolares, são conducentes a essa apreciação muito positiva do papel de reforço educativo, no sentido amplo, que a animação pode, e deve, desempenhar em contexto escolar.

O contributo do presente estudo servirá, sem dúvida, para fortalecer a tarefa de formar cidadãos responsáveis, conscientes e com uma educação alargada, proporcionando aos alunos novos horizontes e conhecimentos.

Referências

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